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Presidente dará prioridade ao funeral de José Eduardo dos Santos

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou hoje que dará prioridade ao funeral do ex-Presidente angolano José Eduardo dos Santos, se acontecer nos dias em que está previsto deslocar-se a Nova Iorque.

Presidente dará prioridade ao funeral de José Eduardo dos Santos
Notícias ao Minuto

19:07 - 08/07/22 por Lusa

País Marcelo Rebelo de Sousa

Em declarações aos jornalistas no Palácio de Belém, em Lisboa, o chefe de Estado disse que aguarda "a marcação de eventuais funerais de Estado" e reiterou que "em princípio" marcará presença, juntamente com o "ministro dos Negócios Estrangeiros", nas cerimónias fúnebres de José Eduardo dos Santos, que morreu hoje aos 79 anos.

No entanto, o Presidente da República disse que "ainda é indeterminada a data", pois "depende do luto nacional que é declarado, depende de vários fatores", e também ainda não está confirmado se será em Luanda.

"Não sei, neste momento não tenho a informação, fiquei de receber nos próximos dias mas aguardemos", afirmou.

Questionado se vai manter a viagem prevista a Nova Iorque, na próxima semana, Marcelo Rebelo de Sousa disse que isso também poderá ser alterado.

"A minha viagem prevista é: partia na segunda-feira [dia 11] para ir falar às Nações Unidas a convite sobre temas de desenvolvimento sustentável e um bocadinho apresentar as conclusões da Conferência dos Oceanos. Em princípio lá estaria e regressaria quarta-feira [dia 13], mas vamos imaginar que há sobreposição, darei preferência ao funeral", adiantou, ressalvando de seguida que "não é provável" que isso aconteça.

Marcelo Rebelo de Sousa está previsto deslocar-se a Nova Iorque, nos Estados Unidos da América, entre 11 e 14 de julho (dias em que parte e regressa a Portugal), a convite do presidente do Conselho Económico e Social das Nações Unidas, para participar no segmento ministerial do High Level Political Fórum (HLPF) da ONU.

O chefe de Estado português indicou que pode ser ponderada também a possibilidade de partir diretamente de Nova Iorque para o local onde decorrer o funeral, "se for em Luanda ou onde quer que seja".

O Presidente da Republica disse fazer questão de estar presente no funeral porque "resulta da própria natureza dos factos e a fraternidade que existe entre os dois povos e os dois Estados explica naturalmente, na própria CPLP, de que Angola é hoje presidente, explica um tratamento à medida dessa fraternidade, dessa amizade e desse relacionamento tão longo".

Marcelo Rebelo de Sousa, que já tinha divulgado uma nota através do 'site' da Presidência a reagir à morte de José Eduardo dos Santos, assinalou que o "Presidente José Eduardo dos Santos iniciou funções no final da década de 70", estando "praticamente 40 anos" em funções, que "coincidiram, depois da independência de Angola, com o arranque e a estabilização institucional em várias fases e coincidiu também com o arranque da democracia portuguesa, a democracia constitucional, até quase aos nossos dias".

E salientou que são "muitos anos das relações entre Portugal e Angola, em contextos muitos diferentes, em que ele foi um protagonista cimeiro e quer no momento em que estava na Presidência o Presidente Ramalho Eanes, quer depois quando era Presidente Mário Soares, quer a seguir, sendo Presidente Jorge Sampaio e Cavaco Silva, de facto não é possível fazer a história desse período sem ele ter um papel central".

"Quer isto dizer que ele acabou por ter como interlocutores praticamente todo os Presidentes da República Portuguesa, aquele que teve menos oportunidade de, como Presidente, estar com ele, fui eu porque o vi apenas no momento da despedida", assinalou, recordando que lhe apresentou cumprimentos "imediatamente antes da tomada de posse do Presidente João Lourenço".

José Eduardo dos Santos morreu hoje aos 79 anos numa clínica em Barcelona, Espanha, após semanas de internamento, anunciou hoje a presidência angolana, que decretou cinco dias de luto nacional.

Eduardo dos Santos sucedeu a Agostinho Neto como Presidente de Angola em 1979 e deixou o cargo em 2017, cumprindo uma das mais longas presidências no mundo, marcada por acusações de corrupção e nepotismo.

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