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"Incancelável". Fundador garante que "Prozis não precisa de Portugal"

Perante a chuva de críticas, o fundador da Prozis recorreu ao podcast interno da marca, 'Conversas do Karalho', para esclarecer a sua posição quanto à anulação do direito ao aborto nos Estados Unidos. "Podem todos deixar de comprar na Prozis", atirou.

"Incancelável". Fundador garante que "Prozis não precisa de Portugal"
Notícias ao Minuto

09:00 - 29/06/22 por Daniela Filipe

País Prozis

Miguel Milhão, fundador da Prozis, tornou-se o assunto do momento em Portugal, após expressar o seu apoio perante a anulação do direito ao aborto nos Estados Unidos. "Parece que os bebés por nascer recuperaram os seus direitos nos EUA! A natureza está a recuperar!", escreveu o empresário, numa publicação no Linkedin, entretanto eliminada. Perante a chuva de críticas, Milhão recorreu ao podcast interno da marca, ‘Conversas do Karalho’, para esclarecer a sua posição, na terça-feira.

Durante cerca de 43 minutos, o empresário lançou que “a Prozis não precisa de Portugal”, considerando-se “incancelável” e com “recursos ilimitados”. Apelidou, além disso, quem criticou o seu ponto de vista de “pulhecos de m*rda”, naquilo que disse tratar-se de “uma hipocrisia”. Mas foi mais longe.

“Não gosto desta ‘mob’, destes filhos da p*ta. Podem todos deixar de comprar na Prozis”, atirou.

“Não vamos ser manipulados por esta ‘mob’. As minhas ideias são as minhas ideias, não são as da Prozis. A Prozis não tem ideias - é uma empresa que vive para produzir bens e serviços, que tem como objetivo produzir lucro. É uma empresa privada, que tem acionistas, trabalhadores, parceiros, vários tipos de ‘stakeholders’, e todos eles têm opiniões diferentes”, complementou, observando que “isto não é a Coreia do Norte”.

Residente nos Estados Unidos, Milhão rejeitou aquilo que apelidou como “ditadura das ideias” que, a seu ver, “é o princípio do fim das civilizações”.

Assumiu, nessa linha, que “preferia comer terra do que mudar de ideias”, esclarecendo que, no que diz respeito à polémica publicação, não estava “a falar das mulheres”, mas sim dos “bebés”, que “estão a ganhar direitos”.

"Se eu matar um idoso, o que é que lhe roubei? As experiências que ele ia ter até morrer de morte natural. E roubaria às outras pessoas a sua presença e a sua energia. Mas se matasse um jovem adulto, roubava muito mais experiências. Se eu matasse uma criança, roubar-lhe-ia aquilo tudo. E se matares o feto, matas tudo. Se roubares o embrião, matas isso tudo", indicou, apelando a que os comentários negativos de que foi alvo sejam criminalizados.

Em situações como a violação, Milhão mostrou-se inamovível, revelando já ter discutido o assunto com a mulher, mas que não se lembra daquilo “que ela disse”.

“Se eu tivesse uma filha que tivesse sido violada, ou que a minha mulher tivesse sido violada, eu tentaria falar com ela e cuidava dessa criança. Não consigo sacrificar um inocente pelos crimes de um criminoso. Não consigo fazer essa cena", raciocinou.

Na verdade, o empresário confessou ter sido “um candidato fixe para o aborto”, uma vez que nasceu “cego do olho esquerdo”, e a sua mãe “era nova, tinha 19 anos, solteira”.

“Mas ela pensou diferente - na altura mandaram-na fazer e ela não fez, e aqui estou. Sei que estou a fazer um bom trabalho e não é por estar a salvar o mundo, é porque sei que ao meu redor as pessoas estão mais felizes. Isso é que é uma vida útil de serviço”, considerou.

Ainda assim, aquilo que mais o impressionou foi “não haver ninguém que defenda os Estados Unidos”.

“É um império, é o país mais potente do planeta, o 'pessoal' não tem noção. Se os Estados Unidos entrassem em guerra com o planeta, ganhavam. E não há nada de bom nos Estados Unidos?", questionou.

Recorde-se que o fundador da Prozis se defendeu das críticas junto do Notícias ao Minuto, apontando que a “maior parte dos comentários negativos” visam “silenciar” a sua opinião.

“Não me parece nem justo nem democrático”, apontou, acrescentando gostar “de ver os direitos das crianças que ainda não nasceram a serem tidos em conta”.

Face às críticas, a marca desativou a possibilidade de deixar comentários nas suas publicações do Instagram.

Miguel Milhão fundou aquela que é uma das maiores empresas de nutrição desportiva da Europa em 2006, quando tinha apenas 23 anos. Agora, são várias as manifestações de repúdio para com a marca e os seus produtos.

Leia Também: Duras críticas e fim de colaborações. Famosos contra fundador da Prozis

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