Meteorologia

  • 19 ABRIL 2024
Tempo
14º
MIN 14º MÁX 21º

Dependência de gás russo? Costa destaca aposta na energia renovável

O primeiro-ministro aponta o consumo de energia renovável como uma das razões para a taxa de inflação, apesar de alta, ser das mais baixas da zona euro.

Dependência de gás russo? Costa destaca aposta na energia renovável
Notícias ao Minuto

15:37 - 24/06/22 por Notícias ao Minuto com Lusa

País António Costa

O primeiro-ministro, António Costa, reiterou, esta sexta-feira, que, apesar dos "riscos globais", Portugal não é um país que "depende" do gás russo e salientou que o país está apostar, cada vez, em energias renováveis.

"Como é sabido, os riscos são globais. Mas, felizmente, Portugal não depende, como a Alemanha, depende do gás russo. Por outro lado, temos uma fortíssima incorporação no nosso consumo de energia das energias renováveis", destacou, em conferência de imprensa após o Conselho Europeu, em Bruxelas.

"É fundamental chegarmos ao outono com outra situação porque nessa altura o consumo de energia vai aumentar, sobretudo nos países mais frios, que são também os mais dependentes do fornecimento de energia por parte da Rússia", acrescentou.

Segundo António Costa, "praticamente 60% da eletricidade" consumida em Portugal tem por base energias renováveis e "daqui até ao inverno" haverá um "reforço da capacidade energética".

"Essa é uma das razões pelas quais Portugal tem tido uma taxa de inflação alta, mas comparativamente com o conjunto daquilo que é a inflação da zona euro e da União Europeia, é das mais baixas", explicou. "Deve-se, sobretudo, à grande incorporação de energias renováveis".

Reiterando que "não estamos na mesma situação que a Alemanha", Costa lembrou que Portugal "está a trabalhar para procurar contribuir para que os países que, neste momento, se estão a libertar de gás russo, o possam fazer com maior facilidade".

Adiantou ainda que "a orientação na UE" deve ser a de "acelerar, para todos os que podem fazer, a transição para novas formas de produção energia e, por outro lado, reforçar os mecanismos de compras conjunta, os mecanismos de interconexões e os mecanismos de todos colaborarem numa operação logística para assegurar que os países que são mais dependentes do gás e do petróleo russo possam ter fontes alternativas tão cedo quanto possível".

O governante destacou que foi "mais uma vez" discutido com a Comissão Europeia "a urgência da reforma do mercado de energia", além de formas de "acelerar os processos de transição energética" e as "condições de melhoria da autonomia alimentar".

Em meados de maio, a Comissão Europeia alertou para o risco de uma "grave rutura de abastecimento" de gás no próximo inverno na UE, devido aos problemas no fornecimento russo, propondo mais armazenamento e admitindo o recurso ao mecanismo de compras conjuntas.

Ao mesmo tempo, a instituição solicitou aos países da UE que atualizem os seus planos de contingência, peçam aos operadores de transporte que acelerem medidas técnicas para aumentar o fluxo e ainda que realizem acordos de solidariedade, já que só 18 dos 27 países têm infraestruturas para armazenar gás natural.

A guerra na Ucrânia, causada pela invasão russa do país no final de fevereiro passado, agravou a situação de crise energética em que a UE já se encontrava.

As tensões geopolíticas devido à guerra da Ucrânia têm afetado o mercado energético europeu, já que a UE importa 90% do gás que consome, sendo a Rússia responsável por cerca de 45% dessas importações, em níveis variáveis entre os Estados-membros.

Em Portugal, o gás russo representou, em 2021, menos de 10% do total importado.

Leia Também: Ucrânia na Europa. "Portugal está connosco, obrigado"

Recomendados para si

;
Campo obrigatório