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MNE. Diferentes países têm diferentes impactos com sanções

O ministro dos Negócios Estrangeiros reconheceu hoje que as sanções impostas à Rússia afetam de forma diferente os países, mas salientou que o bloco europeu se mantém unido e o trabalho conjunto é mais visível do que as divergências.

MNE. Diferentes países têm diferentes impactos com sanções
Notícias ao Minuto

19:26 - 03/06/22 por Lusa

País Sanções

João Gomes Cravinho falava em Luanda, à margem da 27.ª reunião do Conselho de Ministros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em que o conflito na Ucrânia foi um dos temas abordados.

O chefe da diplomacia portuguesa congratulou-se com o facto de ter sido adotado no comunicado final um parágrafo sobre a Ucrânia chamando a atenção para a necessidade do respeito pelos princípios do direito internacional, integridade territorial e diálogo para uma resolução pacífica de conflitos.

"Ficámos muito satisfeitos com essa convergência no âmbito da CPLP, mesmo que não haja uma homogeneidade de pontos de vista", destacou o governante.

Criticando a situação "lamentável" surgida do conflito, do qual está a emergir uma reorganização das grandes dinâmicas internacionais, afirmou por outro lado que deve ser aproveitada para tecer laços de maior proximidade com os países com quem Portugal tem "amizade e confiança", como é o caso dos membros da CPLP.

"Uma das conclusões a que vamos chegando é que tem de haver um equilíbrio entre a criação de laços de dependência e de confiança, ou seja não podemos estar dependentes daqueles em quem não podemos confiar", realçou.

"Podemos confiar nos nossos colegas da CPLP e isso é um estímulo para maior aproximação em termos económicos", acrescentou o governante português.

Já no que diz respeito à União Europeia, que aprovou um novo pacote de sanções à Rússia sob pressão da Hungria, admitiu que os 27 Estados-membros têm grande assimetria em termos do impacto das sanções, mas mantêm-se unidos.

"Creio que o mais importante é mantermos a unidade e isso significa que temos de ter sensibilidade em relação aos diferentes impactos que a imposição de sanções tem sobre os diferentes países", observou, salientando que Portugal está neste contexto numa posição privilegiada.

"O mais importante é, em relação aos princípios fundamentais, ou seja, necessidade de tirar capacidade económica à Rússia, e que haja união e a esse respeito continuamos a trabalhar no âmbito da União Europeia", reforçou.

Nesse sentido, considerou que o sexto pacote de sanções é "muito significativo, afetando 90% da exportação de petróleo da Rússia para a Europa".

"Fala-se muito de divisões na Europa, mas penso que são menores quando comparadas com aquilo que fazemos em conjunto", frisou.

João Gomes Cravinho concordou também que existem consequências "gravíssimas" no quadro da segurança alimentar devido ao bloqueio dos portos ucranianos pela Marinha russa, implicando a acumulação de 22 milhões de toneladas de cereais, o equivalente ao consumo total de todos os países menos desenvolvidos no mundo durante um ano.

"O nosso apelo é que haja corredores de escoamento dos cereais para que países no continente africano não sejam tão afetados como já estão a ser", exortou.

Sobre a cooperação económica, outro dos temas abordados na reunião, Cravinho disse que as atuais circunstâncias compelem Portugal a trabalhar "mais e melhor" com os países de quem está próximo, e considerou como "muito positivo o que foi feito ao longo deste ano durante a presidência angolana da organização no sentido de criar bases para as parcerias empresariais".

Neste domínio, destacou a economia azul como uma área central em que os países da CPLP podem ter vantagem e salientou a importância da cimeira sobre os oceanos que acontece no final do mês em Lisboa.

"Mais importante ainda é o lastro que esse evento vai deixar e o estímulo para os países da CPLP cooperarem (numa área) em que podem ter alguma liderança" concluiu.

Leia Também: Gomes Cravinho conta com diálogo político até às eleições na Guiné-Bissau

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