Câmaras reivindicam construção de variante à EN14
Os presidentes das Câmaras da Trofa, Maia e Famalicão defenderam hoje que a requalificação das acessibilidades na Estada Nacional 14 (EN14), prevista no Plano Estratégico de Transportes do Governo, "não é suficiente" e pediram a construção da "prometida variante".
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País Estradas
"Não defendemos uma variante para as pessoas passearem (...). É uma variante para resolver o problema de uma área de território que produz e que vai ajudar a tirar o país desta situação. É uma área que gera negócio e dá emprego à população", disse o presidente da Câmara da Trofa, Sérgio Humberto.
O autarca da Trofa, que hoje participou numa conferência de imprensa conjunta com os presidentes das Câmaras de Famalicão e Maia, pediu "sensibilidade" ao Governo, acrescentando que o perfil da variante à EN14 pode ser "alterado" para "reduzir os gastos".
Segundo dados apresentados na sessão, a atual EN14 tem um tráfego médio diário superior a 25 mil veículos, dos quais 20% são pesados.
"Todos os dias temos mais de 2.500 camiões a passar nesta via para além de mais de 22.500 automóveis. Estamos a falar que a atual EN14 serve, no seu percurso Maia, Trofa, Famalicão, ou seja 28 zonas industriais", referiu Sérgio Humberto.
Outros dados revelados pelos autarcas prendem-se com o número de pessoas que empregam as empresas que estão atualmente "à volta" da EN14, bem como o volume de negócios que geram: "mais de 128 mil trabalhadores e um volume médio de negócios superior a 11,5 mil milhões de euros", disseram.
Acrescem a estes dados o facto de ter "sido vendida às empresas ano após ano a ideia de que iria ser construída uma variante", conforme explicou Sérgio Humberto.
"A melhoria das acessibilidades à EN14 não vem resolver o problema das empresas. O problema das empresas vai ser solucionado com aquele traçado que está projetado de alternativa à EN14 (...). Durante anos tem sido vendida às empresas a construção de uma variante à EN14 e aquilo que saiu com este documento é melhorar as acessibilidades, o que não vai ao encontro das necessidades", defendeu o autarca da Trofa.
Esta posição foi partilhada pelo presidente da Câmara de Famalicão, Paulo Cunha, que disse acreditar que este processo ainda está "em aberto".
Já o presidente da autarquia da Maia, Bragança Fernandes, rotulou de "inqualificável" a não integração da variante à EN14 nas obras prioritárias do Governo e disse mesmo acreditar ser "impossível" intervencionar a EN14. "Seria o caos rodoviário na região e nem essa é a solução", acrescentou o autarca da Maia.
O executivo PSD/CDS-PP divulgou hoje o Plano Estratégico de Transportes e Infraestruturas 3+, que não prevê a construção de uma alternativa à EN14 como as autarquias da Trofa, Famalicão e Maia garantem que estava "prometido".
Ao contrário da variante o documento prevê que se gaste cerca de 20 milhões de euros no arranjo das acessibilidades à EN14.
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