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Autoridades associam cultura do 'hip-hop' a criminalidade grupal

A criminalidade grupal foi uma das que mais cresceu entre 2020 e 2021, com um aumento de 7,7%, segundo o Relatório Anual de Segurança Interna (RASI), que associa este fenómeno à cultura do 'hip-hop' como principal forma de expressão.

Autoridades associam cultura do 'hip-hop' a criminalidade grupal
Notícias ao Minuto

21:31 - 25/05/22 por Lusa

País Segurança

O RASI de 2021 foi aprovado hoje pelo Conselho Superior de Segurança Interna e um dos principais destaques do documento é o aumento da criminalidade grupal, com 4.997 participações registadas em 2021, mais 359 em relação ao ano anterior.

De acordo com o relatório, a criminalidade grupal está sobretudo associada a grupos de jovens, entre os 15 e os 25 anos de idade, com "vasto historial criminoso centrado essencialmente na prática de roubo, furto, ofensa à integridade física e ameaça, durante o período noturno".

Entre as quase cinco mil participações, foram detidos 832 indivíduos e abertos 30 inquéritos tutelares educativos, cujas infrações principais vão desde dano com violência a detenção de arma proibida, homicídio, roubo e sequestro.

Neste tipo de crime, as autoridades referem a influência de uma multiplicidade de fatores de lealdade ou associação, mas um dos fatores destacados está relacionado com o 'hip-hop', que representa, para muitos dos jovens ligados à criminalidade grupal, a principal forma de expressão.

Segundo o documento, que refere também um outro subgénero musical designado 'drill', nota-se uma "preponderância da subcultura 'hip-hop' como uma das principais formas de expressão de grande parte destes jovens, nomeadamente, através da gravação e edição de videoclips, com roupas e cartazes alusivos ao respetivo gangue ou bairro".

Assim, além da pertença a determinado bairro, gangue, ou até escola, também a identificação com um grupo de 'hip-hop' ou 'drill' pode motivar relações de conflitualidade entre grupos. 

Por outro lado, o relatório alerta também para a influência das redes sociais na replicação dos grupos e para a criação de outros subgrupos, muitas vezes entre as camadas mais jovens dos bairros.

"Os principais locais desta rivalidade e conflitualidade entre grupos são as próprias zonas urbanas sensíveis, os transportes públicos e zonas de diversão noturna", refere o RASI 2021, que aponta também as principais praias com acesso à linha ferroviária (Carcavelos e Tamariz), sobretudo durante a época balnear.

Na Área Metropolitana de Lisboa estão já identificados 12 grupos e 255 indivíduos.

Associada, em parte, à criminalidade grupal, o ano passado registou também um aumento da delinquência juvenil, praticada por jovens entre os 12 e os 16 anos.

De acordo com os dados do relatório, o total de ocorrências neste âmbito passou de 1.044 em 2020 para 1.120 em 2021, o equivalente a um aumento de 7,3% depois de ter diminuído no ano passado.

"Relativamente à delinquência juvenil, no âmbito da criminalidade de cariz sexual, foram identificados vários casos, nomeadamente de abuso sexual e de pornografia de menores, em que os autores foram indivíduos menores de 16 anos", lê-se no relatório.

Por outro lado, foram identificados quatro menores, com idades entre os 11 e os 15 anos, além de outros dois, de 10 e 11 anos de idade, pelo crime de incêndio florestal.

No final da reunião do Conselho Superior de Segurança Interna, o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, disse que a delinquência juvenil "é um assunto que merece maior atenção", sendo "um dos indicadores que preocupa", uma vez que "tem havido indícios que está a aumentar nos meios urbanos".

O governante sustentou que é necessário procurar detetar as causas do aumento da delinquência juvenil, podendo "haver uma relação com o período de confinamento e o regresso ao convício social".

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