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Ministra diz que Centro do Atlântico reconhece importância dos Açores

A Ministra da Defesa Nacional, Helena Carreiras, defendeu hoje que a instalação da sede do Centro do Atlântico na base das Lajes, na ilha Terceira, é um sinal de reconhecimento da importância geoestratégica dos Açores.

Ministra diz que Centro do Atlântico reconhece importância dos Açores
Notícias ao Minuto

21:33 - 20/05/22 por Lusa

País Defesa

"O centro [do Atlântico] vai constituir um investimento no potencial da base aérea [n.º 4] e o reconhecimento da sua valiosa posição geoestratégica", salientou, numa comunicação em inglês, por videoconferência, no encerramento do segundo curso de segurança marítima organizado pelo Centro do Atlântico, que decorreu na base das Lajes.

Oficializado em 2021, por iniciativa do Governo português, o Centro do Atlântico, conta com atualmente com 20 países signatários, de Europa, África e América.

Com o tema "Segurança Marítima e Segurança Humana", o curso de segurança marítima, realizado pelo segundo ano na base das Lajes, contou com a participação de 30 auditores de nove países atlânticos e com oradores portugueses e estrangeiros, de instituições como a NATO, as Nações Unidas, a União Europeia e instituições académicas internacionais.

Segundo Helena Carreiras, o Centro do Atlântico é uma "plataforma para promover o diálogo sobre segurança e defesa", que "representa um dos mais significativos investimentos de Portugal na segurança do Atlântico".

A ministra da Defesa considerou que este centro "contribui de forma ativa para a paz e para a estabilidade numa das áreas com maior valor estratégico para a segurança de Portugal".

A centro terá sede na antiga unidade de saúde da base das Lajes, que foi utilizada pela Força Aérea norte-americana e ficou desocupada aquando da redução militar que ocorreu a partir de 2015.

Para Helena Carreiras, a escolha da base das Lajes como sede é uma forma de "valorizar os Açores".

"Apesar de a insularidade trazer obstáculos adicionais à nossa ação, também traz valor acrescentado, ao proporcionar profundidade estratégica, capacidades ofensivas e conhecimento sobre o oceano", frisou.

O subsecretário regional da Presidência dos Açores, Pedro Faria e Castro, que também participou na sessão de encerramento do curso, defendeu um reforço de meios de Defesa para os Açores.

"Os meios nunca são suficientes. Ainda esta semana ouvimos o senhor primeiro-ministro dizer que os meios não são suficientes. E nós entendemos aqui nos Açores que os meios não são suficientes", avançou, em declarações aos jornalistas, à margem da cerimónia.

Segundo o governante, a natureza geográfica dos Açores, com nove ilhas dispersas em 600 quilómetros, obriga a que o Estado assegure meios, não só para a "defesa do território", mas também para "missões e responsabilidades" necessárias no arquipélago.

"O Governo Regional dará todo o apoio necessário ao Estado, na medida das suas competências e das suas possibilidades, a que essa missão seja cumprida, mas a competência original é efetivamente do Estado. Compete ao Estado encontrar todos os meios que possibilitem as forças armadas de cumprirem a sua missão", afirmou.

Pedro Faria e Castro destacou a importância do Centro do Atlântico e disse esperar que promova no futuro mais cursos e outras iniciativas nos Açores.

"A partir daqui podemos dar um contributo muito grande para o estudo e o aprofundamento da segurança e defesa do Atlântico. É uma iniciativa que saudamos e acarinhamos", apontou.

O governante destacou também o "contributo essencial" que a Base das Lajes dá para a "segurança coletiva".

"Estes tempos novos que estamos a viver vêm demonstrar que não vale a pena pensarmos que a paz é um dado adquirido", reforçou.

Para além de Portugal, o Centro do Atlântico integra Alemanha, Angola, Brasil, Cabo Verde, Camarões, Colômbia, Espanha, Estados Unidos da América, França, Gâmbia, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Holanda, Marrocos, Nigéria, Reino Unido, São Tomé e Príncipe, Senegal e Uruguai.

Em maio de 2021, o então ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, anunciou um investimento de cerca de três milhões de euros na recuperação de um edifício, na base das Lajes, para acolher a sede do Centro do Atlântico, mas a obra ainda não arrancou.

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