Portugal. 12% dos residentes com 16 a 74 anos são de origem imigrante
Cerca de 12% dos residentes em Portugal em 2021, com 16 a 74 anos, eram imigrantes de primeira geração ou descendentes de imigrantes, apresentando um perfil mais jovem e mais escolarizado do que a população sem 'background' imigratório.
© Wikimedia Commons
País INE
Segundo o inquérito do Instituto Nacional de Estatística (INE) sobre a 'Situação dos migrantes e seus descendentes no mercado de trabalho', hoje divulgado, "cerca de metade das pessoas com 'background' imigratório tinham entre 16 e 39 anos de idade (49,3%), enquanto nas pessoas sem 'background' imigratório aquela proporção ficava em 33,8%".
Observa-se, ainda, uma menor proporção do grupo etário superior (dos 55 aos 74 anos) na população com 'background' imigratório (17,1%), quando comparado com o da população sem 'background' imigratório (36,6%), sendo a idade média de 39,3 anos no primeiro grupo e de 46,9 anos no segundo.
De acordo com o INE, também o perfil escolar das pessoas com 'background' imigratório era bastante distinto do das pessoas sem este 'background': 32,6% possuíam ensino superior, 36,5% ensino secundário e pós-secundário e 30,9% tinham completado, no máximo, o 3.º ciclo do ensino, o que compara com 23,8%, 27,5% e 48,7% nas pessoas sem 'background' imigratório, respetivamente.
"Entre a globalidade da população imigrante denota-se uma maior proporção de imigrantes de primeira geração com ensino superior completo (34,4%), mas tal deve-se à maior preponderância de jovens dos 16 aos 24 anos nos imigrantes de segunda geração, em que a maioria ainda frequenta o sistema de ensino", precisa.
Já restringindo a análise à faixa etária dos 25 aos 64 anos, verifica-se que quase metade dos imigrantes de segunda geração tinham completado o ensino superior (46,7%), o que compara com 35,7% na primeira geração de imigrantes.
No que respeita à situação no mercado de trabalho, o INE conclui que a população dos 25 aos 64 anos de idade com 'background' imigratório "não se diferenciava substancialmente da população sem 'background' imigratório".
"No entanto -- nota -- os imigrantes de segunda geração, em relação aos de primeira geração, apresentavam uma situação mais desfavorável, que se traduz por menores taxas de atividade e de emprego, por uma maior taxa de desemprego e pela maior frequência de situações contratuais mais frágeis".
A análise do INE conclui ainda que "a maior parte dos residentes, independentemente do seu 'background' imigratório, encontravam-se satisfeitos com o seu trabalho e não se sentiram discriminados no seu emprego".
"Ainda assim -- acrescenta -- eram cerca de 10% os que indicaram ter sentido discriminação no contexto laboral, sendo esta proporção ligeiramente superior nos imigrantes de primeira geração (11,3%)".
Por outro lado, 28,9% dos imigrantes de primeira geração indicaram que o seu emprego atual exige menos competências do que o que tinham antes de vir para Portugal.
No ano passado, 12,4% (951,4 mil) das pessoas residentes em Portugal, com idades entre os 16 e os 74 anos, tinham 'background' imigratório: 7,6% (580,6 mil) nasceram fora de Portugal, sendo por isso imigrantes de primeira geração, e 4,8% (370,8 mil) eram descendentes de imigrantes.
"A composição da primeira geração de população imigrante reflete os laços históricos com outros países, refere o INE, apontando que "Angola, França, Brasil, Moçambique e Venezuela eram os principais países de nascimento e mais de um terço [36,7%] nasceram num dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), razão pela qual o português era a língua materna da maioria destas pessoas (70,4%)".
A análise estatística evidencia ainda a "relevância dos fluxos migratórios passados", verificando-se que cerca de um terço dos imigrantes vieram para Portugal há mais de 40 anos.
Já em relação à segunda geração, a maioria dos descendentes de imigrantes tinham origens na União Europeia (86,6%), dado que foi aí, sobretudo em Portugal, que nasceu pelo menos um dos progenitores.
De acordo com o INE, as pessoas com 'background' imigratório apresentavam uma maior concentração nas áreas predominante urbanas, comparativamente com as sem 'background imigratório' (79,7% e 72,8%, respetivamente), residindo sobretudo na Área Metropolitana de Lisboa (37,4%), Norte (26,4%) e Centro (21,9%).
De realçar que a Área Metropolitana de Lisboa e o Algarve apresentavam as maiores proporções de pessoas residentes com background imigratório: 17,5% em cada uma das regiões.
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