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Em breve, região Centro poderá ter 400 mil utentes sem médico de família

O presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM) alertou hoje para a possibilidade de a curto prazo existirem cerca de 400 mil utentes sem médico de família na região.

Em breve, região Centro poderá ter 400 mil utentes sem médico de família
Notícias ao Minuto

14:10 - 16/05/22 por Lusa

País Saúde

"Na semana passada expressámos a nossa preocupação por existirem 160 mil utentes na região Centro sem médico de família, mas o alerta é de que, a muito breve prazo, serão muito mais do que isso, porque existem neste momento 200 mil utentes seguidos por médicos de família com mais de 65 anos", disse Carlos Cortes.

O dirigente, que falava numa conferência de imprensa de apresentação da Semana do Médico de Família, sublinhou que aqueles profissionais em breve "deixarão de dar apoio aos seus utentes e a região Centro terá um número muito importante de quase 400 mil utentes sem médico de família".

Segundo Carlos Cortes, a região Centro tem atualmente uma carência na ordem dos 90 médicos, mas "muito brevemente, nos próximos anos, poderemos assistir a uma carência de mais de 300 médicos de família".

"Uma das projeções às quais tivemos acesso é de 323 médicos necessários para suprir as necessidades dos utentes e de uma cobertura total de toda a região Centro", revelou o presidente da SRCOM, lamentando que, perante um problema desta gravidade, o Ministério da Saúde não tenha um plano preparado.

De acordo com o médico, não existe, "pelo menos do conhecimento público e institucional, nenhum plano para fazer face a este gravíssimo problema".

O dirigente considerou ainda que os médicos de medicina geral e familiar são também "vítimas de muitos outros problemas, um deles o excesso de burocratização dos cuidados de saúde primários" e a falta de reconhecimento do seu trabalho.

Aos jornalistas, Carlos Cortes adiantou que o problema do excesso de burocratização vai ser avaliado esta semana pela SRCOM, num curto estudo que está a desenvolver junto de todos os seus associados na região Centro.

O estudo pretende saber exatamente qual é o peso do trabalho administrativo não clínico dos médicos nas suas unidades.

"Grande parte do tempo, e vamos tentar perceber que parte do tempo médico, em vez de ser alocado aos seus utentes, ao trabalho junto dos doentes, é feito desnecessariamente em processos burocráticos que podiam ser tratados por outras pessoas", denunciou.

Nos próximos dias, a SRCOM dinamiza a Semana do Médico de Família, sob o lema "Valorizar quem cuida de todos", com visitas a centros de saúde da região e tertúlias online sobre assuntos de interesse para o setor.

Na quinta-feira, último dia da iniciativa, realiza-se um sarau no auditório municipal da Figueira da Foz, pelas 21:00, com intervenções dos presidentes da SRCOM, Carlos Cortes, da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, Nuno Jacinto, do médico Pedro Figueiredo e do presidente honorário da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, Mário Moura.

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