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Polémica com refugiados chega lá fora: "Tempestade política em Portugal"

Diário espanhol El País noticia a polémica relacionada com o acolhimento de refugiados ucranianos em Portugal e recorda o caso com a Câmara de Lisboa, quando Medina era autarca. O PCP e a sua posição face ao conflito também mereceram destaque.

Polémica com refugiados chega lá fora: "Tempestade política em Portugal"

A polémica em torno da Câmara Municipal de Setúbal e o acolhimento de refugiados ucranianos por cidadãos russos, alegadamente, com ligações ao Kremlin, já chegou lá fora. Esta terça-feira, o diário espanhol El País dedica um artigo ao caso que diz ter originado uma “tempestade política em Portugal”. 

“Acolhimento de refugiados ucranianos por cidadãos russos desencadeia tempestade política em Portugal”, lê-se no título da peça, que aborda as buscas esta terça-feira levadas a cabo pela Polícia Judiciária (PJ) na autarquia e o apelo do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, para “uma investigação minuciosa em todo o país”. 

O artigo da jornalista Tereixa Constenla começa por referir que a guerra na Ucrânia “pode ter efeitos colaterais a mais de 4.000 quilómetros de distância” e que “há algumas semanas” que Portugal assiste “a uma tempestade política sobre a gestão do acolhimento de refugiados em algumas câmaras municipais, que delegaram assistência nas mãos de cidadãos russos estabelecidos no país”

O diário espanhol centra depois o “foco principal da crise” em Setúbal e recorda que que o processo de acolhimento de refugiados estava nas “mãos” da Associação dos Emigrantes de Leste (Edinstvo), fundada por Igor Khashin, que, juntamente com a mulher, Yulia Kashina, recebia refugiados, em nome da autarquia.

Após fazer referências às buscas realizadas pela PJ e de descrever as alegadas ligações de Igor Khashin ao Kremlin, apontadas pela imprensa portuguesa, o El País destaca que a polémica teve origem após uma entrevista da embaixadora da Ucrânia em Portugal. 

O diário espanhol sublinha que, apesar de “Portugal ser o país europeu mais distante da Ucrânia, desde o início da crise já recebeu mais de 34 mil pessoas, segundo dados do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF)”, e recorda o alerta feito pelo presidente da Associação dos Ucranianos em Portugal, Pavlo Sadokha, de que “estas anomalias ocorrem em várias cidades portuguesas, para além de Setúbal”. 

“O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, solicitou que a rede de acolhimento de refugiados seja investigada exaustivamente em todo o país para evitar que os seus dados caiam em mãos erradas”, lê-se no artigo, que especifica as várias investigações em curso e que expõe a posição do presidente da Câmara de Setúbal, André Martins, que "culpou o Governo pelo ocorrido”. 

Além de destacar a pressão feita pela oposição na autarquia, o El País diz que o assunto “desencadeou a memória do que aconteceu no ano passado na Câmara Municipal de Lisboa, então presidida pelo socialista Fernando Medina, atual ministro das Finanças no Governo de António Costa”

De fora, não fica a referência à posição do Partido Comunista Português (PCP) face à invasão.

“O episódio dos refugiados ucranianos em Setúbal também aumentou a pressão sobre o Partido Comunista Português, isolado desde que a Rússia invadiu a Ucrânia pela sua posição neste conflito", lê-se.

“Os deputados comunistas estiveram ausentes da Assembleia da República a 21 de abril durante a intervenção por videoconferência do presidente da Ucrânia, Volodímir Zelensky, a quem criticaram pelas suas referências ao 25 ​​de Abril de 1974, o golpe de estado dos capitães portugueses que derrubou uma ditadura de 48 anos. O PCP defende-se contra a guerra, mas recusa-se a usar a palavra 'invasão' e critica muito Zelensky, a quem acusa de perseguir comunistas na Ucrânia e de incorporar batalhões neonazis no exército”, escrevem, lembrando o alerta de António Costa de que não vai incentivar "um clima de caça às bruxas" em Portugal, apesar da posição do PCP.

Leia Também: Receção de refugiados: PJ está a fazer buscas na Câmara de Setúbal

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