No debate na generalidade do Orçamento do Estado para 2022, António Costa foi questionado pela deputada Patrícia Gilvaz da Iniciativa Liberal sobre como pretende o Governo valorizar a carreira dos militares.
"É verdade que temos um problema e temos de nos preocupar em tornar a carreira militar mais atrativa. Felizmente, nos últimos dois anos temos conseguido ter um crescimento de mil efetivos por ano nas Forças Armadas", afirmou o primeiro-ministro.
Ainda assim, Costa reconheceu ser necessário "encontrar medidas de motivação para essa carreira", considerando que uma das mais importantes será "alinhar a formação dentro das Forças Armadas com o sistema nacional de qualificações".
"Para que quem conclui um contrato possa retomar a vida civil e tenha devidamente valorizadas as qualificações que obteve nas Forças Armadas", disse.
Em segundo lugar, o primeiro-ministro referiu a importação de ter um quadro permanentes de praças "para algumas funções técnicas específicas que não justifica serem exercidas em regime de contrato".
"Como sabe apenas a Marinha tem quadros permanentes, o que consta no programa do Governo é a criação de quadros permanentes na Força Aérea e no Exército", referiu.
No âmbito da discussão na especialidade do Orçamento do Estado para 2022, o PSD já anunciou que irá reapresentar uma iniciativa 'chumbada' na discussão do orçamento anterior e que vai no mesmo sentido: a criação de um quadro permanente de praças no Exército e na Força Aérea.
Ainda no debate do Orçamento, o PSD, através do 'vice' da bancada André Coelho Lima assumiu que iria fazer "um desvio do tópico central" para questionar o Governo sobre as razões de ter proposto um novo adiamento da reestruturação/extinção do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF)
"Porque está a demorar este tempo todo? O único argumento é que não tinham verdadeira consciência a da empreitada a que se estavam a candidatar", criticou.
Coelho Lima acusou ainda o Governo de no seu programa apenas ter falado em separação da organização de funções judiciais e administrativas e nunca em extinção do SEF, dizendo que foi "gato escondido com rabo de fora".
Na resposta, António Costa acusou o PSD de não confiar que a PSP, GNR e a Polícia Judiciária "estejam à altura de assumir as funções atualmente desempenhadas pelo SEF".
"Fico espantado, perplexo e curioso. Porque não são capazes, explique lá", desafiou.
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