Um empresário da construção civil de Lamego terá sido considerado suspeito de ter enviado uma carta dirigida ao primeiro-ministro, com uma navalha dentro, e que só terá sido detetada por polícias do Ministério da Economia.

Esta foi a versão avançada pela estação de Carnaxide, que foi ouvir o suspeito, Júlio Marinheira, o qual garantiu nunca ter enviado qualquer arma branca para São Bento, mas antes duas pastas de documentos, pelo que assegurou ter sido vítima de uma cilada, a propósito do facto de ser protagonista de uma “batalha” com o Governo que envolve um empreendimento turístico.

“Se me fizeram isto é porque têm medo dos documentos que entreguei”, declarou o empreiteiro à SIC. “Não existe faca alguma, passei por um detetor de metais”, questionando ainda: “O que está lá a polícia a fazer?”.

O caso remonta ao fim do ano passado, e, segundo a SIC, a PSP, adiantava então, em comunicado, que o assunto estaria a ser investigado no âmbito de um processo-crime, sendo que não podia tecer quaisquer comentários, uma vez que as questões de segurança relativas a instalações oficiais são de natureza confidencial.

Entretanto, o processo relativo à navalha foi, também de acordo com aquela estação televisiva, arquivado, tendo em conta que haver prova suficiente para um crime de ameaças agravadas.

Nesta senda, a edição desta quinta-feira do Diário de Notícias avança que fonte do gabinete de Passos Coelho desmentiu a existência de qualquer faca dentro de uma carta oriunda do exterior, informação, aliás, já veiculada pela SIC. Fontes da Segurança de São Bento assinalaram, também, que as encomendas ‘mais perigosas’ que ali recebem “são alheiras e alguns produtos de gastronomia regional”.

A mesma publicação indica que o porta-voz oficial da Direção Nacional da PSP, que à data dos acontecimentos havia confirmado a abertura de um inquérito, esclareceu agora que foi, de facto, averiguada a presença de um objeto cortante dentro de um sobrescrito, mas que o episódio terá ocorrido no Ministério da Economia e não na residência oficial do primeiro-ministro, e que o processo terá sido arquivado “há uns três anos”.

Ao mesmo tempo, fonte governamental autorizada certificou ao Diário de Notícias, que, após a notícia avançada pela SIC, tentou indagar o que se teria passado.

Assim, conta que efetivamente chegou a São Bento um dossiê de um empresário, que foi analisado pelos assessores económicos e depois encaminhado para o Ministério de Pires de Lima.

Já na Secretaria de Estado do Turismo, um funcionário terá descoberto nesse mesmo dossiê um pequeno canivete, tendo a PSP decidido investigar. Daí o empresário da construção civil ter sido chamado à GNR de Lamego, onde foi informado de que seria suspeito de ser o remetente da faca em causa.