"Hoje somos a quinta maior bandeira na União Europeia e pensamos que, se não este ano, no próximo, seremos a terceira, porque estamos colados à Dinamarca. A primeira é a de Chipre. Portugal já ultrapassou a Noruega, a Holanda e uma série de países com grande tradição marítima", apontou o secretário-geral da European International Shipowners Association of Portugal (EISAP), Nuno Mendão, em declarações à Lusa.
Segundo esta associação, durante a pandemia de covid-19, a principal dificuldade enfrentada pelos navios portugueses foi a troca de tripulações.
"Um navio português chega a um porto em Singapura porque tem tripulação a bordo há seis meses e, por lei, já renovou o máximo possível para aquela tripulação e tem mesmo de desembarcar, mas depois o porto de Singapura fechou por causa da covid-19 e Portugal não aceita a entrada de estrangeiros", exemplificou, precisando que este tipo de situações causou bastantes constrangimentos para os armadores.
Por outro lado, acresce, por exemplo, a capacidade de resposta permanente para as situações que acontecem a bordo, uma vez que os navios operam 24 horas por dia e a respetiva paragem pode custar entre 50.000 e 100.000 dólares (entre 44.000 e 88.000 euros) por hora.
A EISAP apontou ainda como uma das maiores conquistas dos últimos anos para o setor a permissão de segurança armada a bordo, o que poderá ser um elemento de atração para que outros armadores possam registar-se em Portugal.
A sustentabilidade é também uma preocupação para os armadores, estando a associação a apoiar um projeto, que tem em vista a criação de um sistema de avaliação do desempenho ambiental dos navios em Portugal.
"Para registar um navio em Portugal ele tem que ter, no máximo, 15 anos. A nossa idade média em Portugal é de nove anos, o que é muitíssimo bom. Um navio mais novo é mais eficiente e menos propício a acidentes", acrescentou.
A EISAP representa 80% dos armadores internacionais e companhias com navios registados em Portugal no registo internacional da Madeira.
Em 2021, contabilizavam-se mais de 700 navios registados.
Na prática, trata-se de emprestar uma bandeira nacional a companhias internacionais.
Constituída em 2006, a EISAP funciona como interlocutor do setor com as entidades governamentais.
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