Câmara Municipal do Seixal contra "deficiente funcionamento" da Amarsul
A Câmara Municipal do Seixal mostrou-se contra o "deficiente funcionamento" da Amarsul, cujos trabalhadores estão em greve, e a gestão da recolha de resíduos, degradada pela falta de investimento, apelando à população para que não deposite lixo durante a paralisação.
© Global Imagens
País Amarsul
"O município do Seixal tem manifestado a sua oposição relativamente ao deficiente funcionamento da Amarsul e à gestão do sistema de recolha de resíduos, uma vez que a empresa deixou de realizar os investimentos necessários, degradando a prestação do serviço às populações", apontou, em comunicado.
Segundo a nota, a situação é visível, por exemplo, no aterro sanitário do Seixal, que "se encontra esgotado", sem que a empresa "mostre sinais de preocupação ambiental", apesar de continuar a aumentar as tarifas cobradas.
Trabalhadores da empresa Amarsul -- Valorização e Tratamento de Resíduos Sólidos, iniciaram às 00:00 de sábado uma greve de uma semana ao trabalho suplementar, a que acresce uma paralisação, a partir de segunda-feira e por cinco dias, ao trabalho normal.
Estes colaboradores da empresa, que presta serviços em municípios da Península de Setúbal, reivindicam o aumento geral dos salários, bem como do subsídio de refeição e de transporte em vigor na empresa.
A greve foi decretada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional, Empresas Públicas, Concessionarias e Afins e pelo Site-Sul -- Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Sul.
O caderno reivindicativo inclui ainda a reversão imediata dos cortes no subsídio de turno, a passagem ao quadro de todos os trabalhadores com vínculo precário, a redução do período normal de trabalho, o regresso ao direito do dia de Carnaval como feriado obrigatório, bem como o direito a um período mínimo de férias de 25 dias úteis.
Soma-se ainda a criação de um subsídio de insalubridade, penosidade e risco e de um subsídio de risco rodoviário.
No comunicado, a Câmara Municipal do Seixal referiu ainda que, em julho de 2015, a Amarsul foi privatizada pelo Governo, passando a integrar a Mota-Engil, uma decisão contestada pelas câmaras municipais "e que tem sido muito prejudicial ao serviço público e às populações".
Perante a greve, a câmara apela aos munícipes para que evitem depositar resíduos urbanos nos dias em causa.
A paralisação no período de trabalho normal começa às 00:00 de segunda-feira e decorre até às 24:00 do dia 03 de dezembro, abrangendo todos os trabalhadores.
A greve ao trabalho suplementar iniciou-se às 00:00 de sábado, prolongando-se até às 24:00 do dia 04 de dezembro.
Para os trabalhadores cujo horário de trabalho se inicie antes das 00:00 do dia 29 de novembro, o aviso prévio de greve começa a produzir efeitos a partir da hora em que tem início a jornada de trabalho.
A Amarsul -- Valorização e Tratamento de Resíduos Sólidos S.A., constituída em 1997, tem a concessão de exploração e gestão do Sistema Multimunicipal de Tratamento e de Recolha Seletiva de resíduos urbanos da Margem Sul do Tejo, até 2034.
A empresa é responsável pelo tratamento e valorização dos resíduos urbanos dos nove municípios da Península de Setúbal (Alcochete, Almada, Barreiro, Moita, Montijo, Palmela, Seixal, Sesimbra e Setúbal).
Num comunicado enviado à agência Lusa, a Câmara do Barreiro referiu que com a greve se prevê que todas as recolhas efetuadas pela empresa nos ecopontos possam sofrer atrasos significativos e que irá tentar reforçar a recolha de resíduos seletivos que, eventualmente, sejam deixados na via pública.
A Câmara Municipal do Barreiro refere ainda que, alheia a esta situação, conta que possa haver constrangimentos na entrada em aterro para descarregar as viaturas de recolha.
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