"Embora lamentando que não tenha sido possível um consenso mais ambicioso, nomeadamente no que diz respeito aos combustíveis fósseis, à redução de emissões, aos prazos para atingir os objetivos limitados em discussão, ao apoio financeiro aos países menos desenvolvidos, para se adaptarem às mudanças que aí estão e mitigarem os efeitos para os seus povos, o Presidente da República saúda o pequeno passo dado pelo COP26 em Glasgow, que ainda assim representa um avanço, tímido, na luta contra as alterações climáticas", lê-se num comunicado hoje divulgado no 'site' oficial da Presidência da República Portuguesa.
A 26.ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP26) adotou formalmente uma declaração final com uma alteração de última hora proposta pela Índia que suaviza o apelo ao fim do uso de carvão.
A alteração foi proposta pelo ministro do Ambiente indiano, Bhupender Yadav, que no plenário de encerramento da COP26 pediu para mudar a formulação de um parágrafo em que se defendia o fim progressivo do uso de carvão para produção de energia sem medidas de redução de emissões.
A proposta acabou por ser aprovada pelo presidente da cimeira, Alok Sharma, que afirmou de voz embargada "lamentar profundamente a forma com este processo decorreu".
O documento final aprovado, que ficará conhecido como Pacto Climático de Glasgow, preserva a ambição do Acordo de Paris, alcançado em 2015, de conter o aumento da temperatura global em 1,5ºC (graus celsius) acima dos níveis médios da era pré-industrial.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, comentou o acordo alcançado em Glasgow alertando que apesar de "passos em frente que são bem-vindos, a catástrofe climática continua a bater à porta".
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