Legado e pioneirismo de Ribeiro Telles evocados na Universidade de Évora
O legado e o pioneirismo do arquiteto paisagista Gonçalo Ribeiro Telles, falecido há precisamente um ano, foram hoje evocados na Universidade de Évora, pela reitora e pelos dois vencedores do prémio com o seu nome.
© Facebook / Gonçalo Ribeiro Telles
País Gonçalo Ribeiro Telles
"É uma honra e unicamente tenho que conter a vaidade", disse aos jornalistas o antigo vereador da Câmara de Lisboa José Sá Fernandes, um dos vencedores do Prémio Gonçalo Ribeiro Telles.
A outra vencedora, Aurora Carapinha, arquiteta paisagista e professora da Universidade de Évora (UÉ), que lembrou ter sido "a aluna nº.6" de Ribeiro Telles na academia alentejana, manifestou também a sua "honra", que "tem um significado muito forte, que é a responsabilidade".
"É de uma responsabilidade enorme", porque "este prémio obriga qualquer um que o receba a saber transmitir todo o legado ideológico de Ribeiro Telles", assim como "toda a sua atividade cívica".
Ribeiro Telles, que faleceu a 11 de novembro de 2020, aos 98 anos, foi "um político e um arquiteto paisagista, mas essencialmente um político" que usou "a arquitetura paisagista para atingir a qualidade de vida de uma comunidade e de um país", enalteceu Aurora Carapinha.
José Sá Fernandes lembrou que a sua "caminhada" foi feita, "durante muitos anos, com o Gonçalo Ribeiro Telles", cujo legado, por ser "um pensamento, não se perde".
O Prémio Gonçalo Ribeiro Telles é uma iniciativa conjunta do Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa, da Ordem dos Engenheiros, da Causa Real, da Associação Portuguesa dos Arquitetos Paisagistas e da Universidade de Évora.
Com o objetivo de "homenagear a visão" daquele arquiteto, o galardão distingue anualmente "personalidades que se tenham destacado nas áreas do ambiente e da paisagem e com percursos de vida ligados ao serviço cívico", disse a UÉ, que acolheu hoje a entrega da 2.ª edição do prémio.
Na sua intervenção na cerimónia, a reitora da UÉ, Ana Costa Freitas, disse tratar-se de "uma justíssima homenagem" ao homem "cuja dignidade, sabedoria e humildade o colocam entre as personalidades brilhantes" de Portugal e "ao nível internacional", onde foi distinguido com vários prémios.
"Estou certa que a vida de Gonçalo Ribeiro Telles jamais será olvidada, tal é a riqueza e a profundidade do seu legado", destacou.
A reitora lembrou também que o arquiteto participou na refundação da UÉ e foi com ele que foi criada a licenciatura em Arquitetura Paisagista, tendo sido "o primeiro a dirigir o Departamento de Planeamento Biofísico e Paisagístico".
"Na Universidade de Évora assumimos o compromisso de aplicar e manter bem presente, transversalmente, o pioneirismo do arquiteto Gonçalo Ribeiro Telles", notou a reitora.
Nascido a 25 de maio de 1922, em Lisboa, Gonçalo Ribeiro Telles, que também teve uma carreira marcada pela cidadania, ecologia e política, é autor de projetos relevantes na capital, como os Corredores Verdes e os jardins da Fundação Calouste Gulbenkian.
Leia Também: Prémio Gonçalo Ribeiro Telles entregue a Aurora Carapinha e Sá Fernandes
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com