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AR aprova pesar pela morte Gilberto Grácio

A Assembleia da República aprovou hoje por unanimidade um voto de pesar pela morte do construtor de guitarras Gilberto Grácio, que morreu na segunda-feira, "prestando homenagem a uma personalidade ímpar" no quadro da cultura em Portugal.

AR aprova pesar pela morte Gilberto Grácio
Notícias ao Minuto

13:14 - 05/11/21 por Lusa

País Óbito

De acordo com o voto de pesar, apresentado pelo PS, o parlamento "exprime o seu pesar pela morte de Gilberto Grácio e endereça aos seus familiares e amigos as suas mais sentidas condolências, prestando homenagem a uma personalidade ímpar no panorama cultural português".

Gilberto Grácio morreu na segunda-feira, com 85 anos. Era herdeiro de uma dinastia de construtores de guitarras portuguesas e começou a produzi-las com 12 anos, na companhia do pai, João Pedro Grácio Júnior.

O construtor de guitarras coordenava um atelier para produzir instrumentos musicais de corda em Carnaxide, no concelho de Oeiras (distrito de Lisboa), no intuito de passar os conhecimentos que adquiriu a gerações mais recentes. Também tinha uma oficina no Cacém, no concelho de Sintra.

Autodidata, Gilberto Grácio aprendeu trabalhando na oficina do pai. Aos 17 anos construiu totalmente o seu primeiro instrumento, uma viola, que conservou consigo toda a vida.

A sua paixão pelo fado começou na infância, aos seis anos, quando assistiu a uma sessão na Adega do Ramalho, no Cacém, onde tocava o guitarrista José António Sabrosa (1915-1987), marido da fadista Maria Teresa de Noronha (1918-1993).

Gilberto Grácio era apontado como "o mais antigo e conceituado construtor de guitarras", segundo a Associação Portuguesa dos Amigos do Fado que o distinguiu como "Sócio de Mérito", na 1ª década desde século. Em 2012 a Câmara de Lisboa entregou-lhe a Medalha de Mérito Municipal, grau Ouro.

Em outubro de 2002, Gilberto Grácio foi condecorado pelo Presidente da República, Jorge Sampaio, com a Comenda da Ordem do Mérito.

Entre os músicos com os quais colaborou estão Luís Guerreiro, António Chaínho, Takashi Yuasa, Rui Veloso, Fausto, Paco Bandeira, Paulo de Carvalho, Sérgio Godinho e Carlos Paredes.

A colaboração entre Gilberto Grácio e Carlos Paredes (1925-2004) foi muito estreita, como disse o mestre guitarreiro numa entrevista à Lusa, e desse intercâmbio foi criado um novo cordofone, o guitolão, apresentado em junho de 2005. Idêntico à guitarra portuguesa, mas de maiores dimensões, o guitolão é montado com seis ordens de cordas duplas, tal como a guitarra portuguesa.

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