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Hospital de Setúbal? "Apresentaram a demissão, não deixaram de trabalhar"

Miguel Guimarães, bastonário da Ordem dos Médicos, considera que atual política de contratação pública "no que diz respeito aos recursos humanos", pelo menos na área da Saúde, "não é correta e não funciona".

Hospital de Setúbal? "Apresentaram a demissão, não deixaram de trabalhar"
Notícias ao Minuto

11:25 - 07/10/21 por Notícias ao Minuto

País Miguel Guimarães

Miguel Guimarães, bastonário da Ordem dos Médicos, esteve, esta quinta-feira, na TVI24, onde versou sobre o pedido de demissão de 87 diretores do Hospital de Setúbal. De acordo com o responsável, "quando estamos a falar de 87 médicos com funções de direção, estamos a falar de 97% dos médicos que, potencialmente, exercem estas funções". 

"São eles que mantêm a organização toda do hospital", ressalvou o bastonário, destacando que estas são "funções importantíssimas" no que diz respeito à "governação clínica" da unidade. 

Miguel Guimarães fez questão de fazer a destrinça entre o facto de terem apresentado a demissão e terem deixado de executar as funções: "Neste momento, apresentaram a demissão; não deixaram de trabalhar. É importante que se diga isto. Eles continuam a trabalhar, neste momento, e continuam a assegurar as funções, mas já apresentaram também a sua demissão em solidariedade com o diretor clínico". 

O dr. Nuno Fachada "tem feito um trabalho fantástico no Hospital de Setúbal", tendo "alertado para as mais diversas situações, quer a Administração do hospital, quer o próprio ministério da Saúde", vincou ainda o bastonário.

Para Miguel Guimarães, a tutela tem de pensar que a atual política de contratação pública "no que diz respeito aos recursos humanos", pelo menos na área da Saúde, "não é correta e não funciona". "Nós não conseguimos concorrer com o setor privado e o setor social", nem com a União Europeia, frisou, acrescentando que "já perdemos milhares de médicos e milhares de enfermeiros". 

"Temos uma qualidade de formação muito boa, mas estamos a perder os nossos profissionais e isso é mau", sublinhou, apontando também que faltam, nos hospitais nacionais, equipamentos para "fazer coisas mais modernas" e para se introduzir "mais inovação". "O mais grave", destacou, "é a questão do capital humano".

Recorde-se que o diretor clínico do Centro Hospitalar apresentou a demissão, na semana passada, por falta de condições para trabalhar. A esta demissão juntaram-se outras 86, naquilo que os clínicos dizem ser um "grito de revolta" e de "alerta" perante a situação "desesperante" no hospital de Setúbal.

Leia Também: "Grito de revolta" no Hospital de Setúbal: 87 diretores pediram demissão  

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