Foi antes da pandemia virar o mundo do avesso que Portugal se emocionou com a história de amor e de luta de Ângela Ferreira, contada pela TVI.
A reportagem dava conta de 'Um Amor Sem Fim', um amor que é capaz de tudo, mesmo de sobreviver à morte.
Ângela contou ao país, na primeira pessoa, a batalha que enfrentava para engravidar do falecido marido, Hugo, que morreu vítima de um cancro aos 29 anos.
Apesar de este ter demonstrado, aos familiares, amigos e até por escrito, que o seu desejo era ter um filho com Ângela mesmo depois de morrer, quando a jovem tentou aceder à criopreservação do esperma de Hugo, esbarrou na lei portuguesa que, até essa altura, não permitia a inseminação de uma mulher com sémen de um homem já falecido, "ainda que este tenha consentido no ato de inseminação".
A história deu origem a uma petição pública que, em menos de dois dias, foi assinada por mais de 100 mil pessoas.
O caso chegou ao Parlamento, foi aprovada uma mudança da lei. Mas a Presidência da República vetou-a. Contudo, tal como explicou o jornalista Emanuel Monteiro, responsável pela reportagem 'Amor Sem Fim', este sábado no programa 'Em Família', a mesma voltou ao Parlamento e há esperanças de que seja desta que o caso de Ângela e Hugo tenha um final feliz.
"O caso dela está praticamente resolvido. A lei já foi aprovada no Parlamento para que ela possa engravidar. Entretanto, foi vetada pela Presidência da República e teve de voltar ao Parlamento para resolver uma questão final para que ela possa engravidar do Hugo [...]. A Presidência vai acabar por aprovar porque a lei não foi aprovada por uma questão que tinha a ver com heranças, mas que nada vai interferir no processo da Ângela", contou o profissional.
Emanuel Monteiro revelou ainda que este é o caso, até hoje, que mais o emocionou na sua carreira jornalística e que ainda hoje em dia pensa muito em Ângela e Hugo.
"A Ângela vai poder engravidar. Nós achamos sempre, quem acredita no Amor, que o Amor supera tudo, mas eu acho que a Ângela é um exemplo muito mais além daquilo que achamos que o Amor é possível superar. A Ângela já perdeu o Hugo há dois anos e meio e ainda hoje a foto do ecrã do telemóvel dela é a Ângela a beijar o Hugo. Isto é uma coisa que me deixa sem palavras, como é que é possível haver um amor destes?! Como é que é possível alguém dedicar a sua vida a lutar por aquilo que eles queriam em casal, mesmo sozinha?!", salientou.
Entretanto, Ângela também esteve presente no programa de sábado e admitiu que o Amor que ainda sente por Hugo "não se explica". Entre sorrisos e emoção, a jovem demonstrou a sua esperança em ver o caso resolvido em breve e revelou que Emanuel será um dos padrinhos do bebé que vai-se chamar Guilherme ou Vitória.
Já no Facebook, este domingo, a jovem esclareceu que o Parlamento ainda não aprovou a lei, mas que isso acontecerá, espera "num futuro próximo".
"A Lei foi aprovada sim, em março, mas foi vetada em abril pela Presidência da República! A proposta está a ser retificada e deverá ir a nova votação, terá que voltar ainda à Presidência para ser aprovada. Obrigada a todos pelo carinho. Em breve será verdade", escreveu Ângela.
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