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Ferro evoca amigo cujo exemplo "vai perdurar e inspirar muitas gerações"

O presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, recordou hoje "o amigo" Jorge Sampaio, que "escolheu colocar as suas qualidades ao serviço de causas" e cujo exemplo "vai certamente perdurar e inspirar muitas gerações".

Ferro evoca amigo cujo exemplo "vai perdurar e inspirar muitas gerações"
Notícias ao Minuto

11:51 - 12/09/21 por Lusa

País Jorge Sampaio

"Jorge Sampaio foi um ilustre português e o seu exemplo vai certamente perdurar e inspirar muitas gerações", afirmou Ferro Rodrigues, que discursava na solenidade evocativa do ex-Presidente da República Jorge Sampaio, inserida nas cerimónias fúnebres de Estado, que decorrem este domingo nos claustros do Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa.

Ferro Rodrigues recordou Sampaio como "uma pessoa de grande saber, cultura, inteligência e generosidade".

"Alguém que escolheu colocar as suas qualidades ao serviço de causas", sublinhou.

A segunda figura do Estado insistiu para que, no momento do seu desaparecimento, seja feita a Sampaio a "homenagem devida, recordando-o nas suas múltiplas facetas: o grande advogado, o grande político, o enorme ser humano e um dos melhores servidores da causa pública da sua geração".

"E, permitam-me, recordando também o amigo. Ao contrário do que muitas vezes se diz, na política também se fazem amigos. E Jorge Sampaio teve muitos e grandes amigos na política, com quem debateu e partilhou ideias, muitas vezes pela noite dentro, influenciando-se mutuamente, e que marcaram o seu trajeto", vincou, lembrando alguns dos seus "queridos amigos" que também já morreram.

Para o presidente do parlamento, "se este é um momento de dor e de tristeza, é também um momento para lembrar quão afortunado foi Portugal por ter tido em Jorge Sampaio um dos seus cidadãos mais ilustres, e que é, desde há muito, e por direito próprio, uma referência política do Portugal democrático".

Ferro Rodrigues recordou o papel de destaque de Sampaio na oposição à ditadura do Estado Novo mas também o seu "contributo para a consolidação da democracia de abril", referindo-o como "um dos principais impulsionadores do Movimento de Esquerda Socialista (MES)", jornada que partilharam, antes da adesão ao Partido Socialista.

Recordando a sua "intervenção cívica ativa", Ferro considerou que Sampaio "prestigiou todos os cargos que exerceu, tendo sabido usar a palavra pública e a sintonia que conseguiu alimentar com o povo português para gerar verdadeiros compromissos estratégicos".

Para Ferro Rodrigues, o ex-Presidente foi "um socialista dos valores humanitário e da justiça social".

"O exemplo de Jorge Sampaio lembra-nos a importância não só de perfilharmos ideias nobres e justas, mas, também, da relevância de intervirmos para melhorar o mundo em que vivemos. Felizmente, Jorge Sampaio soube fazê-lo, mantendo, até ao fim dos seus dias, uma constante intervenção político-cultural", afirmou.

O presidente da Assembleia da República finalizou o seu discurso deixando uma nota de agradecimento: "Por tudo o que generosamente nos deu, por tudo o que nos ensinou, por tudo o que connosco partilhou, obrigado Jorge Sampaio".

Cerca de 300 pessoas assistem hoje à cerimónia evocativa do ex-Presidente da República Jorge Sampaio, no Mosteiro dos Jerónimos, Lisboa, que conta com as altas figuras do Estado, família, amigos próximos e delegações estrangeiras.

Esta sessão evocativa de homenagem seguiu o modelo da que se realizou quando morreu Mário Soares, em janeiro de 2017, também no claustro do Mosteiro dos Jerónimos, nas primeiras cerimónias fúnebres com honras de Estado de um Presidente da República eleito em democracia.

No final da cerimónia, o corpo do antigo Presidente da República será transportado para o cemitério do Alto de São João.

Jorge Sampaio, antigo secretário-geral do PS (1989/1992) e Presidente da República (1996/2006), morreu na sexta-feira, aos 81 anos, no Hospital de Santa Cruz, em Carnaxide, Oeiras, onde estava internado desde 27 de agosto, na sequência de dificuldades respiratórias.

O Governo decretou três dias de luto nacional, entre sábado e segunda-feira, e cerimónias fúnebres de Estado.

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