"Duas entidades retiram alguma vantagem política" do ataque em Cabul
Francisco Louçã debruçou-se esta sexta-feira, no seu espaço de comentário da SIC Notícias, sobre o ataque terrorista em Cabul, que fez, pelo menos, 170 mortes.
© Global Imagens
Política Francisco Louçã
Francisco Louçã aponta “consequências políticas”, pelo menos, no imediato, do atentado terrorista ocorrido na quinta-feira nas imediações do aeroporto de Cabul, no Afeganistão, que fez, pelo menos, 170 mortes e mais de duas centenas de feridos.
“Apesar da dimensão desta tragédia e da crueldade deste tipo de ataques sobre a população, há duas entidades que retiram alguma vantagem política do acontecimento, que era previsto, já: Os Estados Unidos e os próprios talibãs”, indicou o comentador, esta noite de sexta-feira, no seu espaço de opinião da SIC Notícias.
O ex-dirigente do Bloco de Esquerda explica que os Estados Unidos “podem agora apontar para um outro adversário”, retirando a atenção dos talibãs, “com quem fizeram uma negociação”. Por outro lado, “os talibãs aproveitam para apresentar perante a opinião pública mundial um outro grupo como tendo práticas distintas das suas”.
“Há uma vantagem imediata nesta exibição de força”, indicou Louçã, referindo-se a um potencial e momentâneo alívio de pressão sobre dois dos intervenientes nos acontecimentos na cidade afegã.
Os efeitos a longo prazo destes acontecimentos - que Louçã descreve como "o final de uma tragédia política" - ainda são difíceis de prever, refere o comentador. “Haverá uma grande instabilidade política, militar e do ponto de vista da segurança interna”, vaticinou.
Sublinhe-se que, pelo menos, 170 afegãos morreram e 200 ficaram feridos no ataque bombista em Cabul, na quinta-feira, de acordo com uma fonte do Ministério da Saúde afegão.
Os Estados Unidos já tinham indicado que no atentado morreram 13 militares norte-americanos e outros 18 ficaram feridos e o Governo britânico também comunicou a morte de três cidadãos britânicos, dois adultos e uma criança.
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