Nos primeiros seis meses do ano, registaram-se mais acidentes, mais feridos, mas menos mortos nas estradas do que no mesmo período de 2020, de acordo com os dados da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR).
Segundo o relatório de sinistralidade e fiscalização rodoviária relativo ao primeiro semestre de 2021, registaram-se 11.815 acidentes com vítimas nas estradas do continente neste período.
Destes, resultaram 140 vítimas mortais, 837 feridos graves e 13.568 feridos leves.
Comparativamente com o período homólogo de 2020, registaram-se menos 27 vítimas mortais (-16,2%), mais 56 feridos graves (+7,2%), mais 144 feridos leves (+1,1%) e mais 251 acidentes com vítimas (+2,2%).
Em comparação com o primeiro semestre dos últimos cinco anos (2016 a 2020), "verificou-se uma melhoria superior à verificada quando comparada com o ano anterior: menos 21,0% nos acidentes, menos 32,6% nas vítimas mortais, menos 10,0% nos feridos graves e menos 24,3% nos feridos leves", de acordo com o documento.
A ANSR detalha ainda que a colisão foi a natureza de acidente mais frequente (52,9% dos acidentes) apesar de ter estado apenas na origem de 35,7% das vítimas mortais. Por sua vez, os despistes, que representaram 35,1% do total de acidentes, corresponderam a 49,3% das vítimas mortais e 43,5% dos feridos graves.
Quanto ao tipo de via, entre janeiro e junho, foi nos arruamentos que se verificaram mais acidentes (65,8% do total de acidentes), mas aí as vítimas mortais diminuíram 13,3%, enquanto os feridos graves aumentaram 12,8%. Nas estradas nacionais, onde ocorreram 17,5% dos acidentes, verificaram-se reduções de 13,7% e 1,8% respetivamente nas vítimas mortais e feridos graves.
Quanto às vítimas mortais dos acidentes, 72,9% do total eram condutores, 10,0% eram passageiros e 17,1% correspondiam a peões.
Os automóveis ligeiros corresponderam a 71,0% do total dos veículos intervenientes em sinistros rodoviários.
Menos veículos fiscalizados e menos infrações
Entre janeiro e junho de 2021, foram fiscalizados 54,6 milhões de veículos, quer presencialmente, quer através de meios de fiscalização automática, uma diminuição de 2,7% em relação ao mesmo período de 2020.
A GNR e a PSP, em conjunto, registaram uma diminuição de 4,3% do número de veículos fiscalizados, sendo que o sistema de radares SINCRO gerido pela ANSR registou também uma ligeira redução (-3,1%), sob influência da redução de circulação rodoviária derivada do contexto de pandemia.
Foram detetadas 539,7 mil infrações, o que representa uma diminuição de 14,2% face ao período homólogo do ano anterior.
Mais de metade das infrações registadas neste período foi excesso de velocidade (56,5% do total). Ainda assim, verificou-se uma diminuição em algumas tipologias de infrações, sendo de realçar -25,3% por excesso de velocidade e -18,6% nas transgressões por consumo de álcool acima do limite legal.
Por outro lado, as infrações pela ausência de inspeção periódica obrigatória aumentaram em 100%, as infrações pelo não uso de sistemas de retenção em 45,5% e as infrações pelo não uso de cinto de segurança foram mais 40,8%. As infrações pelo uso de telemóvel ao volante aumentaram 26%.
Relativamente à condução sob o efeito do álcool, no primeiro semestre de 2021 foram submetidos ao teste de pesquisa de álcool 689,7 mil condutores, o que representa um aumento de 21,3% comparativamente a 2020. Contudo, a taxa de infração diminuiu 32,9%.
De acordo com os dados, 11,8 mil condutores foram detidos na primeira metade do ano (são mais 23,7% do que no mesmo período de 2020), a maior parte por falta de habilitação legal para conduzir (49,2%).
Até junho último, cerca de 269,2 mil condutores perderam pontos na carta. Desde a entrada em vigor do sistema de carta por pontos até final de junho de 2021, 1.606 condutores ficaram com o seu título de condução cassado.
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