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Portugal dá prioridade a 116 afegãos. Têm de escolher só uma das mulheres

Missão dos quatro militares portugueses enviados para Cabul é facilitar o acesso ao aeroporto dos cidadãos que constam nesta lista prioritária.

Portugal dá prioridade a 116 afegãos. Têm de escolher só uma das mulheres

Portugal tem uma lista prioritária de 116 pessoas para retirar do Afeganistão. Os quatro militares portugueses que chegaram ontem ao país têm como missão facilitar a entrada desses 116 afegãos no aeroporto de Cabul, anunciou ontem o ministro da defesa em entrevista à RTP.

João Comes Cravinho explica que se trata de cidadãos que "trabalharam para as forças nacionais destacadas ao longo de mais de 20 anos".

"Nós estamos em contacto com uma lista de cerca de 20 que, com os familiares, comporta 116 pessoas. Estamos a tentar trazer o máximo número dessas pessoas para Portugal", garantiu. "Os nossos militares estão lá para facilitar o acesso dessas pessoas ao aeroporto e aos aviões."

O ministro explica que "não há nenhum calendário" para a retirada dessas pessoas, mas sim uma "urgência absoluta" de tentar fazê-los sair do Afeganistão.

A lista prioritária foi calculada com base nos trabalhadores, essencialmente intérpretes, que têm trabalhado com as forças portuguesas no país, e com as respetivas famílias, sendo que, seguindo o critério da NATO, cada um deles pode escolher apenas uma das esposas.

"Os tradutores e intérpretes que trabalharam connosco têm o direito de trazer uma esposa, no caso de haver mais do que uma, como acontece, por vezes, no Afeganistão, e todas as crianças menores ou até aos 21 anos de idade", esclareceu Gomes Cravinho.

Ainda assim, Portugal vai acolher mais do que essa centena de pessoas, garantiu o governante, nomeadamente um outro grupo de 50 afegãos que trabalharam para a NATO e para a União Europeia.

Os quatro militares enviados já estiveram em missões em Cabul, sendo que um deles esteve no último contingente de tropas portugueses a prestar segurança no aeroporto de Cabul e que regressou da operação em finais de maio deste ano. 

"Agora temos de fazer uma análise muito profunda sobre tudo aquilo que correu mal ao longo de 20 anos e, em particular, nos últimos meses", defendeu o ministro da Defesa. "Mas este é o momento ainda de trabalhar sobre o que é urgente e imediato: extrair o número máximo de afegãos em perigo de Cabul e trazê-los para a Europa."

Entretanto, divulgou já hoje o Governo que Portugal tem capacidade para receber no imediato mais de 300 cidadãos afegãos, além de 840 famílias já se terem mostrado disponíveis para os acolher.

Os talibãs, recorde-se, conquistaram Cabul em 15 de agosto, concluindo uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a retirada das forças militares norte-americanas e da NATO.

As forças internacionais estavam no país desde 2001, no âmbito da ofensiva liderada pelos Estados Unidos contra o regime extremista (1996-2001), que acolhia no território o líder da Al-Qaida, Osama bin Laden, principal responsável pelos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.

A tomada da capital pôs fim a uma presença militar estrangeira de 20 anos no Afeganistão, dos Estados Unidos e aliados na NATO, incluindo Portugal.

[Notícia atualizada às 14h10]

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