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Arcebispo do Luxemburgo destaca contributo dos migrantes para riqueza

O arcebispo do Luxemburgo, cardeal Jean-Claude Hollerich, destacou hoje o contributo dos migrantes para a riqueza económica e cultural dos países de acolhimento, e considerou que a fé sem espírito de serviço não passa de um sentimento.

Arcebispo do Luxemburgo destaca contributo dos migrantes para riqueza
Notícias ao Minuto

11:49 - 13/08/21 por Lusa

País Fátima

"Caros amigos portugueses, caros emigrantes, caros refugiados, com as vossas mãos, trabalho, suor do rosto, inteligência, sacrifício das vossas famílias tendes ajudado a construir a riqueza económica e cultural dos países que por esse mundo fora vos acolhem", afirmou Jean-Claude Hollerich, também presidente da Comissão das Conferências Episcopais da União Europeia (Comece), na missa que encerra a peregrinação internacional aniversária de 12 e 13 de agosto ao Santuário de Fátima.

A peregrinação, considerada como a dos emigrantes, integra a peregrinação nacional do migrante e do refugiado, este ano subordinada ao tema "Rumo a um nós cada vez maior", o título da mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, em 26 de setembro.

O arcebispo referiu a sua experiência na arquidiocese do Luxemburgo, onde 15% dos cerca de 634.700 habitantes são portugueses, para dizer que encontra "frequentemente muitas famílias portuguesas e lusófonas", assinalando que as comunidades portuguesas "um sinal de esperança para a Igreja" que peregrina no grão-ducado.

Agradecendo aos emigrantes e refugiados pelo "serviço ao bem comum da sociedade e da Igreja" e considerando que "a Europa hoje vive longe de Deus", que esqueceu, o presidente da Comece pediu àqueles para que com o espírito de serviço, fé e religiosidade procurem "continuar a ajudar os países que vos acolhem para viver, a não perderem a esperança".

Antes, o cardeal desafiou os fiéis a colocarem-se ao serviço dos outros, começando pela família.

"Apelo-vos a alargar este espírito de serviço aos vossos vizinhos, às pessoas com quem vos cruzais habitualmente, aos vossos amigos", mas também aos doentes e idosos, continuou.

Para Jean-Claude Hollerich, "a verdade é que a fé sem espírito de serviço não passa de um sentimento e os sentimentos são passageiros", defendendo que "a atitude de serviço pode ser posta à disposição da Igreja".

"As paróquias precisam de homens e mulheres, jovens e adultos, dispostos a servir o Evangelho e o próximo. Na catequese não é necessário ter um doutorado em teologia, mas uma fé viva é bem mais importante e fecunda na transmissão da fé aos mais novos ou adultos", disse.

O cardeal jesuíta acrescentou que "nos grupos de solidariedade cristã são precisas pessoas abertas que favoreçam o acolhimento dos refugiados e migrantes", e, no final, abençoou os peregrinos de Fátima, as comunidades portuguesas e seus missionários, e Portugal.

Na celebração, que contou com dois cardeais, cinco bispos e 47 sacerdotes, os peregrinos rezaram pelas comunidades de portugueses e lusodescendentes espalhadas pelo mundo e pelas vítimas da pandemia de covid-19, e pediram aos governantes "para que evitem o nacionalismo indiferente à sorte dos mais pobres e desenvolvam políticas de hospitalidade que abram as sociedades que governam aos migrantes e refugiados".

A peregrinação, limitada à presença de cerca de 15 mil fiéis devido à pandemia, tendo sido atingida, pelas 11:00, 90% da lotação no decurso da missa, incluiu, no ofertório, a entrega de trigo.

Segundo o santuário, no ano passado foram oferecidos 4.973 quilogramas de trigo e 504,5 quilogramas de farinha, tendo-se consumido no templo cerca de sete mil hóstias médias, 50 hóstias grandes, cerca de 371.300 partículas e 30 partículas para celíacos, nas 2.784 missas.

Leia Também: Milhares de migrantes esperados no encerramento da peregrinação em Fátima

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