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Aquisição de radares meteorológicos das Flores e São Miguel em outono

Os dois radares meteorológicos para as ilhas de São Miguel e Flores, nos Açores, vão a concurso internacional no outono, adiantou hoje o presidente do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Aquisição de radares meteorológicos das Flores e São Miguel em outono
Notícias ao Minuto

15:04 - 22/07/21 por Lusa

País IPMA

"Acabámos de enviar para a nossa tutela uma proposta de resolução de Conselho de Ministros que dará início ao processo de aquisição dos dois radares meteorológicos que faltam à Região Autónoma dos Açores, exatamente, no grupo ocidental e no grupo oriental", anunciou hoje Miguel Miranda, presidente do conselho diretivo do IPMA, depois de ter sido recebido em audiência, juntamente com o delegado regional dos Açores do IPMA, pelo presidente do Governo Regional, que se fez acompanhar pelo secretário regional do Ambiente e Alterações Climáticas.

Este investimento de seis milhões de euros dá resposta a uma "reivindicação antiga" de instalação de radares meteorológicos nas ilhas das Flores e de São Miguel, e irá disponibilizar "dois radares de última geração, com a última tecnologia disponível".

O concurso internacional será lançado no outono e o processo deve estar terminado em 2023, adiantou Miguel Miranda, mas a localização da instalação do equipamento em São Miguel ainda não está fechada.

Depois de terem estado em cima da mesa as opções do Pico da Barrosa e do Pico das Éguas, o processo não vai "partir do zero, porque todos os trabalhos feitos vão ser utilizados nas decisões", mas estas já não são as únicas duas hipóteses em estudo.

"Vamos olhar para o terreno, porque o tempo passou, discutimos muito e fizemos pouco. Chegou a altura de discutirmos pouco e fazer muito", afirmou o presidente do IPMA.

De acordo com o responsável, "houve alterações nos últimos anos que têm de ser tomadas em conta".

"Há outras infraestruturas que estão a ser instaladas, outras que estão a ser planeadas para ser instaladas, e, portanto, temos de fazer de forma a que sejam otimizadas as escolhas", concretizou.

O equipamento instalado vai ter "a mesma qualidade que tem o radar de Santa Bárbara, o que será fantástico, porque mede, simultaneamente, os meteoros e o vento", que "é a grandeza mais importante em termos de segurança aeronáutica e em termos de segurança das populações", disse o meteorologista.

Em setembro de 2020, foi inaugurado o radar de Santa Bárbara, na ilha Terceira.

Até então, os Açores eram a única região do país sem cobertura por radar meteorológico e há vários anos que as autoridades regionais reivindicavam este equipamento.

A Força Aérea norte-americana detinha um radar meteorológico na ilha Terceira, mas decidiu desativá-lo em 2016, na sequência de um processo de redução militar na base das Lajes, localizada na mesma ilha.

Miguel Miranda destacou que a "capacidade de observar um segmento que tem quase mil quilómetros de extensão, que será a área coberta pelos três radares meteorológicos, em associação com outras iniciativas, será fundamental, não só para a região, como para o país, como para o Atlântico norte na sua totalidade".

"Vamos ter pela frente, seguramente, fenómenos meteorológicos extremos nas próximas décadas e temos de nos preparar para eles, temos de ter redundância, temos de ter observação, temos de ter capacidade de não parar, mesmo em condições muito difíceis de tempo", referiu.

O presidente do Governo Regional dos Açores agradeceu a capacidade do IPMA de "ver nos Açores uma centralidade e uma importância, para que os radares meteorológicos aumentem a capacidade instalada no país, para os Açores, para o país e para o mundo, relativamente ao conhecimento meteorológico e a sua evolução".

"Estamos a trabalhar em conjunto, não apenas para observar o acontecido, mas para, conhecendo um percurso de risco, prevenir da melhor forma estes riscos, que, associados às alterações climáticas, possam introduzir fenómenos extremos da natureza", frisou José Manuel Bolieiro.

O social-democrata referiu ainda que este investimento permite fornecer "uma rede de dados, informação para o mundo, designadamente para a observação do Atlântico Norte".

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