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São Tomé. Grande adesão às urnas provoca demoradas filas na Amadora

Largas dezenas de são-tomenses esperavam hoje na Amadora (Lisboa) numa longa fila para votar no novo Presidente do seu país, um processo demorado devido à grande afluência às urnas e ao extenso boletim de voto, com 19 candidatos.

São Tomé. Grande adesão às urnas provoca demoradas filas na Amadora
Notícias ao Minuto

15:47 - 18/07/21 por Lusa

País São Tomé/Eleições

Em duas filas ordeiras, uma delas maior do que a outra, largas dezenas de são-tomenses esperavam pela sua vez de votar, numas eleições presidenciais que decorrem até às 18:00 em Portugal, 17:00 em São Tomé e Príncipe.

Apesar do fluxo de pessoas, ninguém que chegue até à hora do encerramento das urnas ficará sem votar, assegurou à Lusa Nilson Lima, presidente da Comissão Eleitoral da diáspora em Portugal.

"Quando forem 18:00, a mesa tem instrução para ceder a todas as pessoas que estão na fila uma senha. Terminando a distribuição, a partir daí todos os que têm a senha vão votar. Ninguém fica sem votar", sublinhou.

Nilson Lima admitiu alguns percalços sem gravidade por "alguma falta de experiência por parte de alguns membros da mesa", mas com tudo a correr bem depois de alterações.?????

"É a democracia a funcionar. É sinal de que as pessoas estão motivadas, estão a participar. Isto é uma democracia participativa o que é muito bom. É a liberdade de expressão, o que é ótimo", disse.

As pessoas na fila "aproveitam para conversar. Também servirá como um convívio. Muitos que não se conheciam, estão aqui a conversar, à espera pela sua vez, o que é bom", realçou.

Ao final da manhã, Guiomar Aguiar, da comissão eleitoral, na diáspora em Portugal há cinco anos, respondia às dúvidas de compatriotas quase à entrada para as duas mesas eleitorais localizadas na Câmara da Amadora e era uma mulher orgulhosa com a resposta dos são-tomenses que se dirigiram hoje às urnas porque, na sua perspetiva, "querem uma mudança".

"Nota-se que as pessoas estão descontentes", disse.

Para a demora, Guiomar Aguiar aponta a grande afluência e também o facto de existirem tantos candidatos.

"As pessoas entram lá dentro e ficam com aquele papel enorme, a analisar, à procura do candidato que preferem. Isso tem roubado muito tempo e também acumula tantos delegados. São 19 delegados vezes dois [um grupo de 19 delegados por cada mesa eleitoral]. Isso está a criar muita confusão dentro do espaço", explicou.

Miguel Trovoada vive em Portugal há 30 anos e vê como positiva a adesão dos são-tomenses, "que significa que eles estão interessados na mudança do país" e que "têm esperança nestes candidatos".

Quanto ao ato eleitoral em si, falou em "alguma desorganização", considerando que, se estivesse melhor organizado, seriam desnecessárias filas tão longas.

"A situação atualmente no país não é nada positiva. Aquilo que se vê atualmente em São Tomé, em comparação com aquilo que era nos anos iniciais da independência, constata-se um certo retrocesso do país. E, provavelmente, muitas das pessoas que aqui estão, eu inclusive, têm uma certa expectativa nestes candidatos, de modo que haja alguém que tenha um perfil e um modelo de dirigismo totalmente diferente dos que lá estão, para fazer uma coisa melhor", considerou.

É também porque quer o melhor que Maria do Céu, há 23 anos em Portugal, esperava há duas horas para exercer o seu direito de voto, mas ainda estava a uns cinco metros da entrada para o edifício.

"O país, cada dia que passa, está a ir para trás e nós, são-tomenses, estamos revoltados com isso e é por essa razão que, desta vez, estamos a votar em massa. Para ver se melhora aquele país, que é um país muito lindo", explicou.

Na diáspora há 49 anos, Mário Santiago, são-tomense "de raiz", mas com mais anos de vida em Portugal do que no país de nascimento, está otimista.

"Só temos de limar umas arestas para chegar lá, onde nós queremos. (...) Nunca na minha vida vou falar mal do meu país. Nunca vou dizer que São Tomé tem gente pobre. São Tomé tem é gente rica. São Tomé é rico", afirmou.

Mais de 123 mil eleitores são chamados hoje às urnas em São Tomé e Príncipe para escolher o próximo Presidente da República, que irá suceder a Evaristo Carvalho, que não se candidatou a um segundo mandato.

A estas eleições concorrem 19 candidatos, o que fez com que os boletins de voto sejam umas tiras de papel compridas, ocupando por isso muito mais espaço do que um boletim tradicional.

Na diáspora, onde estão registados 14.692 eleitores, há 42 mesas. Portugal conta com o maior número de mesas (15), sendo o país com a maior comunidade recenseada (7.378 eleitores).

Leia Também: S. Tomé: CPLP aguarda por eleições para saber se país aceita presidência

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