Lisboa. 18 famílias da Quinta do Ferro precisam de realojamento
A Câmara de Lisboa identificou, até ao momento, 18 agregados familiares residentes na Quinta do Ferro que terão de ser realojados, anunciou hoje o vereador do Urbanismo, adiantando que a maioria dos realojamentos decorrerão em agosto.
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País Lisboa
"Neste momento, estão identificados 18 agregados familiares que vão carecer de realojamento e isso corresponde, em termos de habitações, a 13 habitações de tipologia T1, três de tipologia T2 e duas T3", afirmou Ricardo Veludo.
Intervindo na sessão plenária da Assembleia Municipal de Lisboa, o vereador salientou que "o processo de realojamento vai concretizar-se ao longo do mês de agosto e vai ser feito de forma cautelosa porque não se trata apenas de chegar ao local, tirar as pessoas, mandar avançar máquinas e pôr as pessoas numa casa qualquer".
Ricardo Veludo (independente, eleito pelo PS) ressalvou que alguns dos realojamentos "terão de se prolongar para o mês de setembro", sustentando que "existem muitas situações de extrema vulnerabilidade social e de ausência de autonomia de algumas das pessoas moradoras, em que existe uma rede informal de apoio a algumas destas pessoas muito vulneráveis que são vizinhos que cuidam ou familiares".
"Tem que se olhar para o suporte humanitário da vizinhança, que pode vir a ser sujeita ou não a realojamento, de forma a que estas habitações onde as pessoas são realojadas fiquem próximas umas das outras e que essas relações de solidariedade e de apoio se possam manter no realojamento", realçou o vereador do Urbanismo.
"E isso é um trabalho mais moroso porque obriga a encontrar no mercado de arrendamento ou no património municipal habitações que tenham essas tipologias que estejam disponíveis", acrescentou.
De acordo com Ricardo Veludo, "foi avaliado o estado de conservação de 160 edifícios, quatro encontram-se demolidos, um em estado de ruína não legalizável, que é para demolir, quatro em estado de ruína, 17 em estado péssimo e nove em mau estado".
Ainda segundo o autarca, existem 128 frações "na área mais críticas da intervenção", das quais 118 foram visitadas.
O município não conseguiu, porém, ter acesso a oito dessas frações, "sete já estão emparedadas e duas referem-se a terrenos", referiu.
Ricardo Veludo explicou também que o processo de realojamento "está a decorrer e vai decorrer" na sequência dos processos de intimação aos proprietários privados para que façam obras no seu património.
Caso não cumpram a intimação da Câmara de Lisboa, o município toma posse administrativa dos imóveis e procede ao realojamento urgente dos moradores.
O município lisboeta anunciou em maio o início do processo de participação pública para a requalificação da Quinta do Ferro, indicando que vai, em simultâneo, realojar alguns moradores.
A Quinta do Ferro situa-se na freguesia de São Vicente, perto do Bairro da Graça e de Santa Apolónia.
A requalificação da Quinta do Ferro "integrará a regeneração urbana e ambiental, a produção de habitação acessível, a requalificação do espaço público e infraestruturas urbanas, o desenvolvimento social, o sentido de comunidade local e o acesso aos direitos sociais", referia o comunicado enviado às redações.
Em setembro do ano passado, a agência Lusa constatou no local moradores a despejar dejetos numa fossa, ou mesmo para a rua, uma vez que as suas casas não reúnem as condições básicas de saneamento.
Alguns moradores descreveram este bairro como "assustador" e "uma miséria", havendo ainda quem viva sem luz.
Se há prédios que estão com bom aspeto, outros estão completamente degradados, ainda que tenham inquilinos a morar.
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