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Violência doméstica: Rede de Intervenção visa agilizar referenciação

Entidades públicas e sociais, forças de segurança, Câmara e Juntas de Freguesia, entre outras, compõem a Rede de Intervenção na Violência Doméstica e Familiar (RIVD) de Gondomar, projeto oficializado hoje para agilizar os procedimentos e a referenciação de casos.

Violência doméstica: Rede de Intervenção visa agilizar referenciação
Notícias ao Minuto

19:07 - 17/06/21 por Lusa

País Gondomar

Em causa está uma rede que já está operacionalizada e no terreno, mas que carecia de uniformização e que hoje foi formalizada numa cerimónia presidida pela secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, Rosa Monteiro.

"O objetivo é que quando um caso for detetado, seja de imediato tratado e se necessário tratado de forma urgente", sintetizou o presidente da Câmara de Gondomar, Marco Martins, em declarações aos jornalistas no final da cerimónia.

Já de acordo com a vereadora da área da Coesão Social, Cláudia Vieira, a criação da RIVD "permitiu promover ações de capacitação junto de todos os técnicos que têm ação na rede no sentido de os capacitar e de os pôr no mesmo patamar e no mesmo nível de linguagem".

"Pretende-se evitar as revitimizações", apontou a autarca, lembrando que antes não existia um padrão e que a RIVD de Gondomar "agora tem um guião, um guia de procedimento uniforme".

"As pessoas que têm intervenção direta nesta problemática [a violência doméstica] conhecem-se. A rede é de pessoas que se conhecem e criam sinergias, o que permite uma intervenção mais célere com um modelo de operacionalização uniformizado", referiu.

Fazem parte da RIVD de Gondomar, no distrito do Porto, a Câmara Municipal como entidade promotora e facilitadora, a Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG), o Ministério Público (DIAP Porto), as Forças de Segurança (PSP e GNR), bem como serviços de saúde como o Agrupamento de Centros de Saúde de Gondomar e o Centro Hospitalar e Universitário do Porto.

Somam-se a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Gondomar, o Instituto da Segurança Social -- Centro Distrital do Porto, a Estrutura de Atendimento à Vítima da Cruz Vermelha Portuguesa -- Delegação de Gondomar/Valongo, e o Instituto de Emprego e Formação Profissional de Gondomar.

"Queremos intervir para que não se agudize mais a vida daquela família ou a situação daquela vítima e para isso necessitávamos de uma rede que trabalhasse em rede", disse Marco Martins, enquanto a secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade elogiou esta iniciativa local, apelidando-a de "uma boa prática" e contou que, embora não existam estudos que falem do aumento da violência doméstica no período pandémico, o número de pedidos de informação e de apoio aumentou.

"Durante o período de pandemia, entre março de 2020 e março de 2021, a rede fez 107 mil atendimentos. É muito significativo. Uma pequena percentagem destes atendimentos são situações novas. A restante é manutenção e acompanhamento de casos que já aconteciam. No caso das situações novas, na esmagadora maioria eram situações que já aconteciam e se agudizaram no contexto de confinamento ou que resultaram de maior receio por parte da vítima", descreveu a governante.

Rosa Monteiro recordou que o domínio da violência doméstica tem as chamadas cifras negras, ou seja as pessoas que procuram ajuda, que procuram apoio, que apresentam uma denúncia, mas este número pode não corresponder ao número de pessoas que efetivamente sofre violência.

No entanto, tendo em conta esta realidade, Rosa Monteiro garantiu que o Governo "tem feito um reforço da mensagem e das respostas" e que "a intervenção foi reforçada durante a pandemia [da covid-19] por causa da ameaça acrescida num contexto de isolamento social e de confinamentos".

"Este é um crime persistente de que tem de nos envergonhar. Mas mais do que isso, temos de mobilizar respostas concretas e efetivas", concluiu.

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