Meteorologia

  • 11 MAIO 2024
Tempo
16º
MIN 15º MÁX 23º

Telessaúde. Serviços Partilhados esperam por "envelope financeiro" do PRR

A digitalização do setor da saúde, nomeadamente a telessaúde, deve ser uma aposta do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para o pós-covid, defendeu hoje o presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), Luís Goes Pinheiro.

Telessaúde. Serviços Partilhados esperam por "envelope financeiro" do PRR
Notícias ao Minuto

19:39 - 02/06/21 por Lusa

País Telessaúde

"A nossa esperança é que com o PRR haja um envelope financeiro que incentive de forma decisiva a utilização das ferramentas de telesaúde (...) quer no que respeita aos sistemas de informação mais vocacionados para os profissionais, quer nos sistemas de informação dirigidos às pessoas. É fundamental que a telessaúde cresça neste contexto", afirmou.

O líder do SPMS expressou a sua visão sobre a digitalização do setor no evento eHealth Summit, no âmbito da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia (UE), no qual enfatizou a "mudança de mentalidade e aprendizagem" que a pandemia de covid-19 trouxe a todos em relação à telessaúde e sublinhou que o plano estratégico para esta área foi homologado em 2019, num contexto pré-pandémico.

"É absolutamente indiscutível que se há área da saúde em que a covid-19 teve uma interferência colossal foi a telessaúde", começou por referir, salientando: "Depois da covid, o plano será seguramente diferente. O plano estratégico olhava para a frente e acreditava-se que resistisse ao futuro, mas não tinha presente a aceleração que teria em ano e meio".

Luís Goes Pinheiro destacou como "vetor absolutamente fundamental" para a elaboração do futuro plano estratégico da telessaúde "a aceitação que as pessoas hoje têm dessas ferramentas" e fez questão de notar a inclusão dessa realidade no novo plano que será apresentado ao governo, onde a telemonitorização será uma das vertentes mais importantes.

"Se a telessaúde não for promovida, em muitos casos não poderá ser utilizada na sua plenitude. A tecnologia é um nivelador e não um desequilibrador, ajuda a corrigir desigualdades. Com PRR ou sem PRR, a telemonitorização tem de chegar ao SNS. Se vier com o combustível do PRR, será muito mais rápido o percurso e ambicioso o caminho que podemos almejar", frisou.

A participar por videoconferência no mesmo evento esteve também o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, que considerou que o país está no "momento certo para fazer a transformação digital que o sistema de saúde precisa" e que a telessaúde é uma "ferramenta fantástica" para fazer a ponte entre médicos dos hospitais e dos cuidados de saúde primários.

"Pode gerar uma mais-valia muito grande na poupança de viagens, deslocações e recursos na relação entre hospitais e cuidados de saúde primários", observou, elencando prioridades nessa modernização: "É obrigatório que se reequipem as várias unidades de saúde. Não podemos estar dependentes de telefonemas dos telefones pessoais dos médicos ou enfermeiros. O segundo aspeto é começar a formação que estas ferramentas à distância podem exigir".

Contudo, Miguel Guimarães alertou ainda para a importância da relação entre médico e doente e para a necessidade de não se perder de vista esta situação no contexto de uma digitalização alargada de procedimentos, bem como a importância de desenvolver uma verdadeira reforma hospitalar em Portugal.

"O financiamento é absolutamente essencial. Aquilo que gastamos hoje em termos de renovação vamos tirar frutos num curto espaço de tempo. Continuamos com problemas na relação entre hospitais, cuidados de saúde primários, cuidados continuados e urgências. E devemos fazer a reforma hospitalar, colocando o doente no centro do sistema como forma de aumentar bastante a eficácia de procedimentos, diminuir o erro e elevar a qualidade", notou.

Finalmente, o presidente do conselho diretivo da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), Victor Herdeiro, destacou a importância de desenvolvimento do "ecossistema digital" na saúde para ganhos de eficiência e de sustentabilidade, mas também na qualidade dos cuidados prestados aos utentes.

"Nunca temos os meios de que gostaríamos, mas espero que tenhamos os suficientes. É uma oportunidade de ouro que não podemos perder. A questão da centralidade do doente e da integração dos cuidados é muito relevante, porque ajuda na sustentabilidade do SNS. A falta de integração e até de articulação de cuidados custa dinheiro", concluiu.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório