Meteorologia

  • 05 MAIO 2024
Tempo
18º
MIN 15º MÁX 20º

ICNF classifica de interesse público duas árvores seculares na Casa Tait

O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) classificou como arvoredo de interesse público um tulipeiro-da-virgínia e uma magnólia-sempre-verde, situados na Casa Tait, no Porto, de acordo com um despacho hoje publicado em Diário da República.

ICNF classifica de interesse público duas árvores seculares na Casa Tait
Notícias ao Minuto

12:05 - 21/05/21 por Lusa

País Árvores

A classificação de interesse público de um exemplar da espécie Liriodendron tulipifera L., de nome comum tulipeiro-da-virgínia, e de um exemplar da espécie Magnolia grandiflora L., de nome comum magnólia-sempre-verde situados na Casa Tait, na União de freguesias de Lordelo do Ouro e Massarelos, surge após proposta da Câmara Municipal do Porto.

A proposta de classificação teve como fundamentação "o porte majestoso e a arquitetura próxima do natural dos exemplares, a idade superior a 100 anos e, bem ainda, o seu vínculo ao património histórico e cultural da Casa Tait, características enquadráveis nos critérios gerais de classificação de arvoredo de interesse público".

De acordo com o despacho, os exemplares referidos apresentam bom estado vegetativo e sanitário, não aparentam sinais de pouca resistência estrutural ou risco sério para a segurança de pessoas e de bens e não se encontram sujeitos ao cumprimento de medidas fitossanitárias que recomendem a sua eliminação ou destruição obrigatórias.

As duas árvores são de grande dimensão, cumprindo-se o parâmetro de apreciação monumentalidade.

Sobre a espécie Liriodendron tulipifera L, lê-se que "tem uma aparência marcante pela verticalidade e grande dimensão do seu tronco, limpo de ramos até uma altura considerável e pela morfologia fendilhada do ritidoma, cumprindo-se o parâmetro de apreciação valorização estética do espaço envolvente e dos seus elementos naturais e arquitetónicos".

O ICNF salienta ainda que este exemplar se destaca de entre o restante arvoredo e contribui significativamente para o património paisagístico da Casa Tait, "pela majestosidade do seu porte e desenho e pela configuração invulgar das suas folhas, de forma trapezoidal e beleza das suas flores, de grande dimensão e semelhantes a tulipas, cumprindo-se o parâmetro de apreciação importância determinante na valorização estética do espaço envolvente e dos seus elementos naturais e arquitetónicos".

O exemplar da espécie Magnolia grandiflora L, apresenta "uma arquitetura natural e harmoniosa, com uma copa extensa de cor verde-escuro e brilhante, formada por ramos vigorosos, pendentes nos andares inferiores. O tronco apresenta uma morfologia invulgar, provocada por sulcos vincados que se desenvolvem de forma espiralada e paralela a partir da sua base, criando um efeito esteticamente atrativo. Estas características conferem-lhe um elevado valor visual, cumprindo-se o parâmetro de apreciação valorização estética do espaço envolvente e dos seus elementos naturais e arquitetónicos".

Estima-se que tenha idade próxima dos 200 anos, pela grande dimensão do perímetro do tronco, exibição de características próprias do envelhecimento e por registo datado de 1868, deixado pelo ornitólogo Alfred Smith, relativo à presença de duas árvores de crescimento espetacular no espaço hoje pertencente à Casa Tait, sendo uma dessas árvores uma magnólia-sempre-verde, a qual se presume ser o presente exemplar, cumprindo-se o parâmetro de apreciação longevidade.

"A particular importância e atributos daqueles exemplares são reveladores da necessidade de cuidadosa conservação e justificam o relevante interesse público da sua classificação, relativamente à qual não se verificam quaisquer causas legais impeditivas", acrescenta.

No que respeita à remoção de terras ou outro tipo de escavações na zona geral de proteção, as mesmas são proibidas se destruírem ou prejudicarem o arvoredo classificado, não sendo abrangidas intervenções impreteríveis, desde que realizadas segundo práticas compatíveis com a conservação desse arvoredo.

É estabelecida uma zona geral de proteção para cada exemplar, excecionalmente com um raio de 20 metros a contar das respetivas bases, considerando a dimensão das respetivas copas, a sua inserção em mata com arvoredo denso e localização em zona urbanizada, cuja delimitação se encontra representada na planta anexa referida no número anterior, assim como são proibidas quaisquer intervenções que possam destruir ou danificar os exemplares classificados.

O despacho estabelece ainda que carecem de autorização prévia do ICNF todas as operações de beneficiação dos exemplares classificados ou qualquer outro tipo de benfeitoria, bem como as seguintes intervenções nas respetivas zonas gerais de proteção.

A Casa Tait, na freguesia de Massarelos, é atualmente propriedade da Câmara Municipal do Porto.

A propriedade, também chamada Quinta do Meio, foi adquirida em 1900 por William Tait, um negociante de vinho do Porto que se dedicou ao estudo da fauna e da flora, tendo introduzido algumas espécies vegetais no país.

Muriel Tait sucedeu a William Tait como proprietária da casa, vendendo-a à Câmara Municipal do Porto com a condição de ser transformada em espaço verde público.

Leia Também: Ministro diz que foram investidos 63 milhões na conservação da natureza

Recomendados para si

;
Campo obrigatório