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Polis Ria de Aveiro retirou arqueólogos das dragas devido à pandemia

A sociedade Polis Litoral Ria de Aveiro justificou hoje com a pandemia o acompanhamento das dragagens por videovigilância, criticado pelo Sindicato dos Arqueólogos, assegurando que a solução garante a salvaguarda do património arqueológico.

Polis Ria de Aveiro retirou arqueólogos das dragas devido à pandemia
Notícias ao Minuto

09:41 - 06/05/21 por Lusa

País Covid-19

"Consideramos que a solução implementada garante a salvaguarda do património arqueológico, dado que existe um acompanhamento permanente de arqueólogos com capacidade de fazer parar as dragas, caso verifique a presença de algum vestígio", diz a administração da Polis, em nota enviada à Lusa.

A Sociedade Polis Ria de Aveiro é o dono da obra de "Transposição de Sedimentos para Otimização do Equilíbrio Hidrodinâmico na Região de Aveiro" (dragagens dos vários canais que constituem a ria de Aveiro)", adjudicada ao consórcio ETERMAR/MMAS/ROHDE NIELSEN, pelo valor de 17,5 milhões de euros.

A empresa explica que, para poder cumprir as orientações da Direção-Geral da Saúde, foram retirados os arqueólogos de algumas dragas, "onde não era possível garantir o distanciamento obrigatório dentro das cabines, que têm um espaço exíguo".

"No entanto, o acompanhamento arqueológico continuou a ser feito remotamente, em permanência por arqueólogos, através do acesso por vídeo aos painéis de instrumentação e controlo (interno) e à zona de suporte do elemento de desagregação e sucção (externo) das dragas em operação, que têm capacidade para fazer parar a draga, em caso de deteção de algum vestígio", descreve.

Considerando que a permanência de arqueólogos dentro da draga aumenta o risco de contágio, a Polis sublinha que "importa limitar os contactos nesta fase excecional".

"Esta decisão teve por base as orientações da Direção-Geral da Saúde, assim como o parecer da fiscalização e coordenador de segurança em obra, e a emissão de uma declaração médica, a corroborar com esta proposta", acrescenta.

Relativamente à alegada falta de arqueólogos nos depósitos, a administração da empresa refuta tal afirmação, esclarecendo que "os mesmos se encontram em permanência em cada depósito onde ocorre deposição de dragados".

O Sindicato dos Trabalhadores de Arqueologia (STARQ) considerou, em comunicado, que a substituição de arqueólogos no local das dragas por câmaras de filmar "é um expediente ilegal, que não está previsto no Regulamento de Trabalhos Arqueológicos, nem está autorizado pela Direção-Geral do Património Cultural".

A visibilidade da câmara é também considerada insuficiente, já que "muitas vezes os vestígios são peças arqueológicas de pequena dimensão", sublinhando aquele sindicato que a sua utilização não é reconhecida "como uma metodologia científica de trabalho arqueológico".

A ria de Aveiro é depositária de um conjunto significativo de património cultural submerso, tendo já sido localizadas embarcações e cargas, sobretudo cerâmicas com datas que remontam ao século XV.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.230.058 mortos no mundo, resultantes de mais de 154,2 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram  16.983 pessoas dos 838.102 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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