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Portugal quer construir "mais uns blocos" na "parte da casa europeia"

A Cimeira Social do Porto, que decorre esta sexta-feira, permitirá construir "mais uns blocos" numa "parte central da casa europeia" dedicada à dimensão social, que é "urgente" reforçar, sublinhou o ministro dos Negócios Estrangeiros.

Portugal quer construir "mais uns blocos" na "parte da casa europeia"
Notícias ao Minuto

07:00 - 06/05/21 por Lusa

País Cimeira Social

Comparando o processo de integração europeia com a construção de uma casa, Augusto Santos Silva, afirmou, no 'podcast' "Política com Palavra", do Partido Socialista (PS), que, por vezes, surgem "rabanadas de vento que estragam" esse mesmo processo, ou "pessoas com picaretas que derrubam" o que já foi feito.

A Cimeira Social do Porto "destina-se a pôr mais uns blocos numa parte da casa europeia, uma parte central na arquitetura desta casa, que é a relativa à dimensão social, à proteção social, ao sistema de formação e de qualificações, às políticas de emprego", frisou o ministro.

"O nosso objetivo é reforçar a dimensão social da União Europeia e pensamos que é o tempo adequado para isso. Por duas razões: em primeiro lugar, porque estamos confrontados hoje com uma crise económica e social muito profunda, por causa da pandemia e, portanto, queremos que a nossa recuperação seja justa e não deixe ninguém para trás", apontou o ministro, sublinhando que a pandemia de covid-19 demonstrou "a urgência" de reforçar a dimensão social.

Por outro lado, acrescentou, a presidência portuguesa está a trabalhar para que a recuperação económica da crise provocada pela pandemia de covid-19 seja, "ao mesmo tempo, uma transformação".

"Nós queremos tornar a economia europeia mais amiga do ambiente, mais verde, aproveitando plenamente as enormes potencialidades das tecnologias de informação, e, portanto, mais digital", sublinhou Santos Silva.

Para que "esta dupla transição seja bem-sucedida, é preciso reforçar a dimensão social, é preciso que os sistemas de formação e qualificação sejam mais acessíveis, é preciso que as políticas de emprego sejam mais ativas e é preciso que sejam reforçados mecanismos de proteção social", vincou.

Embora, até ao momento, a maior parte das reuniões organizadas pela presidência portuguesa tenham ocorrido em formato virtual, devido às restrições relacionadas com a pandemia de covid-19, Augusto Santos Silva apontou que tal "não significa que não se avance" nas negociações.

"Eu não quero debitar aqui os resultados até agora conseguidos pela presidência portuguesa, mas foram muitos, independentemente do facto de uma parte considerável das reuniões terem sido virtuais e de nós termos trabalhado muito recorrendo ao telefone e à internet", garantiu.

Aliás, o formato "virtual também tem muitas vantagens", assumiu, apontando, a título de exemplo, a comemoração do Dia Mundial da Língua portuguesa, em 05 de maio, na qual a presidência conseguiu reunir no mesmo evento "o secretário-geral das Nações Unidas [António Guterres], o Presidente de Cabo Verde [Jorge Carlos Fonseca], na sua condição de presidente da CPLP, o presidente de Portugal [Marcelo Rebelo de Sousa], o primeiro-ministro de Portugal [António Costa] e o secretário executivo da CPLP [Francisco Ribeiro Telles]".

Por outro lado, organizar uma presidência do Conselho da UE em formato virtual "também multiplica as possibilidades", indicou o ministro, recordando o Fórum de Investimento UE-África, de 23 de abril, que, além de ter "uma componente presencial, no Centro Cultural de Belém, sede da presidência", também esteve disponível 'online'.

"No ponto máximo de audiência virtual, nós tivemos mais de 4.000 participantes, coisa que seria impossível se o evento fosse meramente presencial", precisou.

Questionado sobre o porquê de a Cimeira Social do Porto, considerada o evento central da presidência portuguesa, não estar a marcar a agenda mediática, o ministro considerou que "isso quer dizer que as coisas estão a correr bem".

"A probabilidade de aparecer uma notícia é bastante maior se se tratar de uma notícia má, do que se se tratar de uma notícia boa. Se a Cimeira social não está a hegemonizar a agenda mediática, talvez esse seja um bom motivo para estarmos satisfeitos", vincou.

A Cimeira Social do Porto antecede a reunião informal de chefes de Estado e de Governo da UE, também no Porto, e na qual a presidência portuguesa espera obter um compromisso escrito dos 27 Estados-membros para a implementação do Pilar Europeu dos Direitos Sociais, um conjunto de 20 princípios que visa colocar a dimensão social no centro das políticas europeias.

Leia Também: Cimeira Social. Costa afirma que "mensagem" é combater populismo e o medo

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