"O juiz Ivo Rosa não pareceu um juiz de instrução. Parecia o advogado de defesa de José Sócrates", afirmou à agência Lusa o também cofundador e sócio honorário da associação Transparência e Integridade, dedicada à denúncia de fenómenos de corrupção.
Ivo Rosa, juiz do Tribunal Central de Instrução Criminal, determinou hoje que o antigo primeiro-ministro José Sócrates vai a julgamento por três crimes de branqueamento de capitais e três crimes de falsificação de documentos, mas decidiu não pronunciar Sócrates por crimes de corrupção e de fraude fiscal.
O Ministério Público já anunciou que vai recorrer da decisão de Ivo Rosa.
Dos 28 arguidos no processo Operação Marquês (19 pessoas e nove empresas), vão a julgamento José Sócrates e o empresário Carlos Santos Silva, o antigo ministro e ex-administrador da Caixa Geral de Depósitos Armando Vara, por um crime de branqueamento de capitais, e o ex-presidente do Grupo Espírito Santo Ricardo Salgado, por três crimes de abuso de confiança.
João Perna, ex-motorista de José Sócrates, vai ser julgado por um crime de detenção de arma proibida.
No processo estavam em causa 189 crimes económico-financeiros.
José Sócrates foi detido em novembro de 2014. O despacho de acusação ao antigo primeiro-ministro e mais 27 arguidos foi conhecido em outubro de 2017.
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