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Parlamento condena "atos de violência extrema e horror" em Cabo Delgado

O parlamento condenou hoje, por unanimidade, "os atos de violência extrema e horror" em Cabo Delgado (Moçambique), e apelou a uma resolução "concertada e humanitária" que conduza à paz.

Parlamento condena "atos de violência extrema e horror" em Cabo Delgado
Notícias ao Minuto

21:13 - 08/04/21 por Lusa

País Moçambique

O voto, apresentado pela Comissão dos Negócios Estrangeiros, refere que a província moçambicana de Cabo Delgado tem sido fustigada por ataques de grupos insurgentes que têm provocado uma profunda instabilidade na região.

"Desde 2017 que têm ocorrido atentados que instalam na região um verdadeiro clima de guerra civil, com efeitos devastadores para as populações", lê-se no texto.

Os deputados destacam que, além das mortes violentas e do recrutamento forçado de jovens, "os ataques já provocaram a deslocação de mais de 700 mil pessoas -- que corresponde a um terço da população total dessa província moçambicana --, em direção à capital da província, Pemba, das quais estima-se que 300 mil sejam crianças".

"Estes ataques contra populações têm sido reivindicados por fundamentalistas do grupo Al-Shabaab, que jura lealdade publicamente ao Estado Islâmico, devem merecer o mais veemente repúdio por parte da comunidade internacional, mas também levar a uma ação humanitária concertada para resgatar a segurança e a paz do povo moçambicano, de forma a terminar o mais depressa possível deste drama humanitário", apelam.

Na parte resolutiva, a Assembleia da República "condena veementemente os atos de violência extrema e horror, atentatórios dos mais elementares direitos humanos e direitos da criança, que têm vindo a acontecer na região de Cabo Delgado e que têm crescido em número de ataques e em grau de violência, perpetrados pelo autodenominado grupo Al-Shabaab, apelando para uma resolução concertada e humanitária que leve à paz do povo moçambicano e uma resposta humanitária à altura das necessidades".

A violência desencadeada há mais de três anos na província de Cabo Delgado ganhou uma nova escalada há cerca de duas semanas, quando grupos armados atacaram pela primeira vez a vila de Palma, a cerca de seis quilómetros dos multimilionários projetos de gás natural.

Os ataques provocaram dezenas de mortos e obrigaram à fuga de milhares de residentes de Palma, agravando uma crise humanitária que atinge cerca de 700 mil pessoas na província, desde o início do conflito, de acordo com dados das Nações Unidas.

O movimento terrorista Estado Islâmico reivindicou na semana passada o controlo da vila de Palma, junto à fronteira com a Tanzânia, mas as Forças de Defesa e Segurança (FDS) moçambicanas reassumiram completamente o controlo da vila, anunciou na segunda-feira o porta-voz do Teatro Operacional Norte, Chongo Vidigal, informação reiterada na quarta-feira pelo Presidente moçambicano, Filipe Nyusi.

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