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Novo centro para sem-abrigo em Lisboa já não vai substituir Casal Vistoso

O centro de emergência para sem-abrigo do Casal Vistoso, em Lisboa, não será desativado em breve, como previsto, e o novo espaço, no Quartel de Santa Bárbara, dará resposta às pessoas de Arroios, disse hoje o vereador dos Direitos Sociais.

Novo centro para sem-abrigo em Lisboa já não vai substituir Casal Vistoso
Notícias ao Minuto

19:22 - 06/04/21 por Lusa

País Covid-19

Em declarações à agência Lusa, Manuel Grilo explicou que o centro de acolhimento de emergência para pessoas em situação de sem-abrigo do Casal Vistoso não tem, afinal, data para fechar.

O vereador da Câmara de Lisboa afirmou que o pavilhão "ainda é necessário" e defendeu que é preciso "olhar para o futuro", argumentando que, com o fim das moratórias de crédito e do 'lay-off', prevê-se "uma situação grave" em termos do número de pessoas em situação de sem-abrigo na capital.

"Precisamos de ter lugares de reserva para quem chegar à rua", salientou o autarca.

A Câmara previa abrir um novo equipamento com cerca de 130 vagas (que poderiam chegar às 200), das quais cerca de 90 destinadas para os utentes do centro de emergência do Casal Vistoso, criado no ano passado no âmbito da pandemia de covid-19, e as restantes sobretudo para os sem-abrigo da freguesia de Arroios.

Hoje, o vereador admitiu que as 200 vagas não serão possíveis, apesar de haver espaço, devido às regras de distanciamento impostas pela Direção-Geral da Saúde devido à pandemia de covid-19.

Por isso, de modo a manter a resposta que é dada no Casal Vistoso e a poder albergar e apoiar mais pessoas em situação de sem-abrigo, o município decidiu fazer alterações face ao inicialmente previsto.

Manuel Grilo (BE, partido que tem um acordo de governação do concelho com o PS) adiantou também que já estão sinalizadas "55 pessoas em situação de sem-abrigo" em Arroios, que serão acolhidas no Quartel de Santa Bárbara.

A reabilitação do espaço deve estar concluída em junho, segundo o pelouro dos Direitos Sociais.

De acordo com dados divulgados no final de Dezembro pela Câmara de Lisboa, mais de 350 pessoas estavam na altura a viver nas ruas da capital, das quais 140 tinham chegado à situação de sem-abrigo no último ano e 21 há mais de dez anos.

O vereador, estima, porém que esse número já seja superior, apesar de ainda não dispor de uma nova contagem.

Hoje de manhã, num comunicado enviado às redações, a Junta de Freguesia de Arroios, presidida por Margarida Martins (PS), diz que "não foi consultada" sobre a construção do novo centro de emergência para sem-abrigo e adianta que, depois, uma reunião com a autarquia, foi garantido que "o novo equipamento não vinha substituir nenhum dos já existentes".

Na nota é ainda referido que a junta "espera que as garantias" dadas pelo município no que diz respeito a "respostas integradas" e "não deslocalização e concentração de pessoas nesta situação numa só freguesia" sejam cumpridas.

O Quartel de Santa Bárbara, "em desuso há alguns anos", depois de reabilitado vai dar uma resposta "mais segmentada" aos utentes, ao contrário daquela que existe no Pavilhão do Casal Vistoso, onde as pessoas sem-abrigo estão divididas em apenas dois espaços, referiu Manuel Grilo à Lusa em março, no dia em que foram aprovadas as obras de adaptação do antigo quartel da GNR, orçadas em 931 mil euros.

"Há uma grande urgência de tirar as pessoas do Casal Vistoso", realçou o vereador na altura, sustentando que o pavilhão tem problemas ao nível de conforto para os utentes que "estão a dormir há um ano em camas improvisadas".

Os quatro centros de emergência criados no âmbito da pandemia de covid-19, em funcionamento neste momento, estão instalados no Pavilhão do Casal Vistoso, na Casa do Lago (exclusivo para mulheres), na Pousada da Juventude do Parque das Nações e na Casa dos Direitos Sociais da autarquia (para onde foram transferidas no início de outubro as pessoas que estavam no centro instalado no Clube Nacional de Natação).

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.862.002 mortos no mundo, resultantes de mais de 131,7 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 16.885 pessoas dos 823.494 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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