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Beiros e botes de borracha para apoiar as populações de Tasi 'Ida'

Vários beiros, os tradicionais barcos de pesca timorenses, foram hoje transportados do mar, em camiões, para a zona de Tasi Tolu, onde milhares de pessoas estão isoladas devido às inundações que afetaram a capital de Díli.

Beiros e botes de borracha para apoiar as populações de Tasi 'Ida'
Notícias ao Minuto

13:58 - 06/04/21 por Lusa

País Timor-Leste

As cheias de domingo transformaram as três lagoas (Tasi Tolu) que dão nome à zona numa Tasi 'Ida' (Uma Lagoa'), uma extensa zona de água que cortou as estradas de acesso à comunidade e que encheu parte do recinto onde se fazem as grandes celebrações na cidade.

Uma operação complexa, que obriga a mais meios do que o país dispõe: faltam recursos aos bombeiros e à proteção civil, as próprias forças de defesa e polícia sentem carências crónicas que, em momentos de emergência se notam ainda mais.

Paulo Maia, comandante da operação de intervenção dos bombeiros de Timor-Leste, que acompanhou a chegada à lagoa com um bote de borracha cinzento, explicou à Lusa que as ações são faseadas.

"Toda a população de lá está afetada. Fugiram para as montanhas, para zonas seguras, mas a segunda intervenção, agora, é que precisam de apoio humanitário", referiu.

"As nossas primeiras ações, dos bombeiros, são trabalho de buscas, retirar as grávidas, os idosos e as crianças. Essa é a nossa primeira missão", sublinhou.

O vice-ministro do Interior, Antonio Armindo, também está no local a verificar a situação da população da zona, uma comunidade que, como muitas zonas de Díli, tem crescido nos últimos anos.

Sem trabalho ou desenvolvimento nos municípios, muitos metem-se ao caminho em direção a Díli e depois instalam-se, em terrenos públicos ou nos que encontram, em habitações precárias e que sentem diretamente qualquer desastre natural.

As carências crónicas notam-se perante a dimensão da calamidade das inundações que causara a morte a 34 pessoas em vários pontos do país, que destruíram casas, pontes e estradas e fizeram esticar ao máximo os parcos recursos de emergência.

Maia não quer falar sobre as promessas de mais meios, mas insiste que "os recursos dos bombeiros são mínimos e é preciso investimento".

"A situação está complicada e afeta a nível nacional. É um nível de impacto muito alto e os nossos recursos são muito limitados para responder a isto", confessa.

Ao seu lado, um jovem pede para passar a mensagem a quem vive em Díli, especialmente aos estrangeiros, que têm barcos para que ajudem na operação.

"É preciso que os expatriados que vivem em Díli, que se tiveram barcos pequenos venham ajudar em Tasi Tolu. As pessoas estão isoladas, sem acesso, as ruas cortadas e sem acesso. Se têm barcos, por favor venham até cá", apela.

Paulo Lima saudou o pedido, mas depois explicou que não se trata de andar a transportar pessoas para passear e que a operação é humanitária para apoiar os casos mais urgente.

Antonio Armindo foi na primeira viagem do barco, com os primeiros bombeiros, e registou em vídeo o volume de água que chega a metade da altura das casas, em alguns locais.

Um impacto significativo numa zona da cidade de Díli onde se celebraram grandes momentos, por onde passou o Papa João Paulo II e a alguns metros de um dos atuais centros de isolamento da covid-19.

Onde agora andam beiros, para trás e para frente, a levar comida e mantimentos e a trazer pessoas.

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