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Bolieiro recusa ser "extensão" para desculpas do Governo

O presidente do Governo dos Açores declarou hoje que o seu executivo não vai ser a "extensão" para as desculpas do Governo da República nos seus "incumprimentos" com a região, salvaguardando querer ser um "parceiro de desenvolvimento".

Bolieiro recusa ser "extensão" para desculpas do Governo
Notícias ao Minuto

16:58 - 24/03/21 por Lusa

País José Manuel Bolieiro

"Nós contribuímos para o desenvolvimento e prestígio internacional de Portugal e também queremos que o Governo da República assuma [...] o papel de colaborador no desenvolvimento dos Açores, desde logo cumprindo os seus compromissos", disse José Manuel Bolieiro, no parlamento dos Açores.

O presidente do executivo açoriano referiu ainda já ter tido oportunidade de dizer ao primeiro-ministro, António Costa, que conta com o Governo Regional para colaborar "no desenvolvimento do pais inteiro", para ser um parceiro.

"Mas, que também fique ciente que não somos a extensão do Governo para as desculpas das culpas que já tenha ou venha a ter nos incumprimentos assumidos", acrescentou.

O chefe do executivo açoriano falava depois de uma declaração política do líder do grupo parlamentar do PSD/Açores no plenário da Assembleia Legislativa Regional, Pedro Nascimento Cabral, que acusou o executivo socialista de António Costa de "assumir um conjunto de compromissos há muito reivindicados pelos açorianos e que são determinantes para o desenvolvimento coletivo" da região, mas teimar "em não os cumprir para grave prejuízo de todos".

Na resposta, José Manuel Bolieiro afirmou que o executivo açoriano de coligação PSD/CDS-PP/PPM não será o "Governo das desculpas para as culpas dos outros, nem por ação, nem por omissão", mas "será parceiro para fazer cumprir os compromissos que possam ser assegurados por parceria".

O governante ressalvou ainda que tem identificado com os ministros do governo de António Costa várias das questões apontadas pelo líder do grupo parlamentar social-democrata.

Para o líder do Governo dos Açores - que pretende calendarizar a resolução das questões pendentes com os membros do Governo da República - um dos temas que necessita de resolução urgente é a nova cadeia de Ponta Delgada.

A Assembleia da República, recordou, "na anterior legislatura, assumiu através de resoluções aprovadas, por unanimidade, a prioridade na sua construção e o que se encontrou foram expedientes dilatórios para atrasar o que tem máxima urgência".

Na sua intervenção, Pedro Nascimento Cabral salientou ainda que, "no decurso dos últimos governos regionais da responsabilidade do partido socialista de Vasco Cordeiro, o Governo da República de António Costa assumiu uma série de compromissos em relação à Região Autónoma dos Açores que não mereceram qualquer execução".

O atual líder parlamentar socialista e ex-presidente do Governo Regional, Vasco Cordeiro, respondeu, contudo, estar "muito à vontade com o que o Governo da República do PS trouxe para os Açores", salientando que se "pode acusar o primeiro-ministro e secretário geral do PS de tudo, mas nunca de ter dito que os Açores não eram grande fortuna porque só valiam 12 mil votos", numa alusão ao líder do PSD, Rui Rio.

Pelo BE, António Lima lamentou que se tenha que revisitar "assuntos que infelizmente não são novos" e "problemas que continuam por resolver" devido aos "incumprimentos" do Governo da República, usando também como exemplo a cadeia de Ponta Delgada, que continua sem ser construída.

Paulo Estevão (PPM) considerou que se está "perante um incumprimento grande" e que "estas matérias não são roupa velha porque não estão resolvidas", numa alusão às palavras de Vasco Cordeiro.

O líder do PPM/Açores acusou mesmo Vasco Cordeiro de, no caso da disparidade dos milhões do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para os Açores, ter tido conhecimento do assunto "antes das eleições [legislativas regionais de Outubro de 2020]" e nada ter dito.

O líder do Chega/Açores, Carlos Furtado, acusou ainda os governos liderados por Vasco Cordeiro de "ocultação de informação que foi escondida ao longo dos anos", salvaguardado a "proximidade entre o PSD e o seu partido, no âmbito de uma relação saudável e séria" por parte de "pessoas sérias que honram os seus compromissos".

O deputado da Iniciativa Liberal Nuno Barata declarou que o "Governo Regional anterior não fez o que é preciso ser feito com o Governo da República", acusando o executivo central de falhar com os seus compromissos em relação aos serviços do Estado na região, como a cadeia de Ponta Delgada.

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