Portugal espera que China cumpra Lei Básica de Macau

O ministro dos Negócios Estrangeiros disse hoje que o Governo "espera e conta" que a China cumpra a Lei Básica de Macau, na sequência de uma diretiva que exige uma linha editorial patriótica aos jornalistas da Teledifusão de Macau.

Portugal espera que China cumpra Lei Básica de Macau em "todas as suas determinações" -- MNE

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Lusa
23/03/2021 16:54 ‧ 23/03/2021 por Lusa

País

Santos Silva

 

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"O Governo português espera e conta que ambas as partes cumpram a Lei Básica em todas as suas determinações", disse Augusto Santos Silva à Lusa após a cimeira de ministros de Negócios Estrangeiros da NATO, que teve lugar presencialmente em Bruxelas.

Referindo que "Macau está num processo de transição desde a transferência da administração portuguesa para a administração chinesa" em 1999, Augusto Santos Silva frisou que essa transição é regulada "por uma lei, que resulta do acordo entre a China e Portugal, que se chama Lei Básica e que, por um período de 50 anos -- portanto, de 1999 até 2049 -- (...) define os termos da transição em Macau".

"Essa Lei Básica é muito clara na garantia da liberdade de imprensa e, portanto, da mesma forma que Portugal respeita escrupulosamente a Lei Básica em Macau, Portugal espera que a República Popular da China também respeite escrupulosamente a Lei Básica em Macau, designadamente, entre muitas outras áreas (...) em matéria de liberdade de imprensa", sublinhou.

Augusto Santos Silva falava após pelo menos cinco jornalistas portugueses da TDM -- Teledifusão de Macau terem hoje apresentado a sua demissão em resposta a uma diretiva, introduzida a 10 de março aos jornalistas da TDM, que os proibia de divulgar informações contrárias às políticas da China, instando-os a aderir ao "princípio do patriotismo" e do "amor a Macau".

As orientações foram criticadas nos dias seguintes pela Associação de Imprensa em Português e Inglês de Macau (AIPIM) e o Sindicato de Jornalistas de Portugal, assim como pela Associação de Jornalistas de Macau, que representa repórteres dos 'media' de língua chinesa.

A polémica levou a administração da Teledifusão de Macau (TDM) a anunciar, na semana passada, que o manual editorial da empresa pública de rádio e televisão vai continuar a ser cumprido, após uma reunião com "jornalistas da Direção de Informação e Programas Portugueses", reiterando, no entanto, a adesão ao "princípio do patriotismo" e do "amor a Macau".

Já o chefe do Governo de Macau, Ho Iat Seng, negou hoje que o território esteja a impor restrições à liberdade de imprensa e que acredita que os 'media' são patrióticos e amam a região administrativa especial chinesa.

A transferência da administração de Macau ocorreu no final de 1999, pouco mais de dois anos depois de a China ter recuperado a soberania sobre a antiga colónia britânica de Hong Kong.

Na lei básica de Macau, miniconstituição do território que deverá estar em vigor até 2049, lê-se que "os residentes de Macau gozam da liberdade de expressão, de imprensa, de edição, de associação, de reunião, de desfile e de manifestação".

As duas regiões têm autonomia em todas as áreas, exceto na diplomacia e na defesa.

Leia Também: UE não "distingue vacinas segundo a nacionalidade", garante Santos Silva

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