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Especialista aponta alívio abaixo dos 60 casos por cem mil habitantes

O matemático Óscar Felgueiras defendeu hoje que o nível de incidência da covid-19 deve estar abaixo dos 60 casos por 100 mil habitantes para que as medidas de confinamento possam ser aliviadas.

Especialista aponta alívio abaixo dos 60 casos por cem mil habitantes
Notícias ao Minuto

14:20 - 08/03/21 por Lusa

País Covid-19

Na reunião sobre a evolução da epidemia em Portugal, que reuniu hoje especialistas e a classe política, no Infarmed, em Lisboa, Óscar Felgueiras, da Administração Regional de Saúde do Norte e professor na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto apresentou "um plano para a redução das medidas restritivas".

"Pegando naquilo que têm sido os patamares a nível concelhio, tivemos uma definição de incidência acima de 14 dias de 960 [casos por 100 mil habitantes] como extremamente elevado, 480 muito elevado, 240 elevado e abaixo moderado", adiantou o matemático.

O que Óscar Felgueiras propõe em termos de incidência a 14 dias, e tendo em conta o consenso chegado ao valor de 240 por 100 mil habitantes, é o de assumir cinco patamares de risco,

O patamar de "risco 5" (elevado) seria equivalente a 240 casos por 100.000 habitantes e o patamar de "risco 4 (alto) de 120 casos/100 habitantes.

Os patamares de "risco 3" (médio) seria de 60 casos por 100 mil habitantes, de "risco 2" (baixo) de 30/100 mil e "risco 1" (muito baixo) era o equivalente a zero casos.

"O objetivo é atingir um nível abaixo dos 60 casos por 100 mil habitantes a 14 dias numa situação em que haja uma certa estabilidade", salientou.

Óscar Felgueiras observou que no final de outubro se entrou "numa zona vermelha", onde a incidência de 14 dias subiu para um patamar acima dos 240 casos por 100 mil habitantes.

Para tentar evitar esse tipo de situação, propôs usar-se "um indicador adicional" que poderá ser o crescimento a 14 dias. O crescimento que é "mais estável" e, tendo em conta os patamares de baixa incidência propostos, acaba por "conferir mais estabilidade à adoção de medidas".

Para o investigador, uma aceleração do número de casos deve aumentar o patamar de risco, propondo que a partir de 240 casos seja o patamar máximo.

"Nos 120 [casos] com um crescimento de 30% há um salto do patamar quatro, para o cinco e por aí fora, sendo que nos patamares mais baixos eventualmente a situação pode diferir no sentido em que há uma linha verde nos patamares mais baixo".

O que o plano propõe é que haja a possibilidade de o indicador de risco reduzir: "Com um crescimento negativo de 30% baixar-se-ia um patamar de risco, com um crescimento acima de 60% isso implicaria uma subida de dois patamares de risco, exceto no nível de incidência mais baixo, onde por vezes existem perturbações pequenas que não tem demasiada expressão".

A situação viável é estar no "risco 2", que será essencialmente uma situação continuamente controlada em que se está já ou nos 60 casos 100 mil habitantes a 14 dias ou a aproximar-se, que é "a situação atual".

"Portanto, estamos no patamar de 'risco 3' nesta classificação, a aproximar do dois, ainda que recentemente tenha havido uma desaceleração do decréscimo e, portanto, não é óbvio se vamos passar já para o nível dois", declarou.

Analisando a evolução deste indicador ao longo do tempo, diz que se observou um nível de risco máximo no dia 10 de outubro, o que no seu entender exigiria medidas.

Defendeu também que a incidência concelhia deve ser sempre um indicador a monitorizar e a merecer intervenção das unidades de saúde pública.

A pandemia de covid-19 provocou 16.540 mortes em Portugal, dos 810.094 casos de infeção confirmados, de acordo a Direção-Geral da Saúde.

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