Entre-os-Rios. Autarca diz que Paiva terá bons acessos até 2026
O presidente da Câmara de Castelo de Paiva, Gonçalo Rocha, diz que há dinheiro para concluir, até 2026, os acessos rápidos do concelho ao litoral, prometidos há duas décadas após a queda da ponte de Entre---os-Rios.
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País Entre-os-Rios/20 anos
O troço da variante à estrada nacional 222 (EN222) dentro dos limites do concelho está já a ser usado, mas a via rápida desemboca numa estreita e sinuosa estrada de montanha. Falta executar um lanço da variante de apenas 8,8 quilómetros, entre a fronteira de Castelo de Paiva, e o nó da autoestrada 32 (A32) em Canedo, Santas Maria da Feira.
A norte, o Itinerário Complementar 35 (IC35), que iria ligar Castelo de Paiva ao nó da autoestrada 4 (A4) em Penafiel, resume-se a uma ponte e um pequeno lanço de 800 metros para cada lado.
"É a mesma coisa que tivessem feito a ponte sem saída", critica Paulo Teixeira, que dirigia a Câmara de Castelo de Paiva na altura do colapso da ponte, em março de 2001.
O atual detentor do cargo autárquico, o socialista Gonçalo Rocha, concorda. Mas cobre com otimismo a impaciência de quem espera duas décadas pela promessa de acessos rápidos ao litoral, avançando mesmo com uma data para conclusão das ligações às autoestradas: 2026.
E assegura que o financiamento surgirá da chamada "bazuca" europeia.
Questionado sobre dúvidas e desconfianças de quem esperou duas décadas pelas obras, Gonçalo Rocha, confessa: "Eu próprio também sinto a impaciência do cidadão que quer ver as coisas da sua terra resolvidas e tratadas. Mas, para mim, a grande diferença, neste momento, é que temos o dinheiro, que era sempre a grande justificação, muitas vezes não assumida, para não se fazer o que era necessário".
"É coisa impensável ter um cheque à frente para essas duas obras e serem incapazes de as fazer", junta.
E deixa um pedido para que se aligeire a burocracia: "se não tivermos a obra concluída até 2026, perdemos o dinheiro".
Considerando que a máquina de contratação da Administração Pública é "extremamente pesada", pede que, sem deixar de se cumprir a lei, "se criem mecanismos nessa mesma lei que permitam uma celeridade muito maior".
A história das grandes obras em Castelo de Paiva nasce uma semana após a ponte ruir, num tempo em que o atual secretário-geral das Nações Unidas liderava o Governo de Portugal.
António Guterres deslocou-se a Castelo de Paiva, à missa de sétimo dia pelos 59 mortos, encontrou-se com Paulo Teixeira e pediu-lhe uma lista de obras prementes no concelho.
A lista, com 55 investimentos, entra no gabinete do primeiro-ministro dentro do prazo fixado, que era de horas.
Em pouco tempo, Castelo de Paiva vira um estaleiro, com a execução de um nunca antes imaginável pacote de obras de emergência, no valor de 80 milhões de euros, centrado sobretudo na rede viária e que, contas feitas agora por Paulo Teixeira, foi cumprido a 95%.
"No concelho ficou por fazer apenas a variante de Carreiros", recorda o antigo presidente social-democrata da Câmara.
O problema que subsiste, 20 anos após, é mesmo o das obras fora do concelho, mas por causa do concelho, que continuam apenas em projeto, sublinha Paulo Teixeira, numa alusão ao prolongamento da variante à EN222 e à extensão do IC35 até Penafiel.
O colapso da Ponte de Entre-os-Rios (Ponte Hintze Ribeiro), ocorrido às 21:10 em 04 de março de 2001, arrastou para o Douro um autocarro e três automóveis, matando 59 pessoas.
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