À boleia do Dia Europeu da Internet Mais Segura, que se assinala esta terça-feira, a Polícia de Segurança Pública volta a alertar para os riscos de uma ferramenta que se assume "cada vez mais incontornável" no dia a dia de todos, quer para a realização de pagamentos ou para a realização de atividades letivas e de formação. "O leque de riscos tem crescido em igual proporção", sublinha a autoridade.
Sendo a Internet quotidianamente utilizada de forma transversal por toda a população e todas as faixas etárias (especialmente através do acesso às redes sociais), "os perigos associados à internet ganham um alcance muito mais vasto, entrando no campo da 'criminalidade virtual'".
De entre os vários riscos já identificados, no presente ano e contexto, a PSP alerta para "a especial" necessidade de os cidadãos se manterem atentos aos seguintes:
- Disseminação de informação falsa, adulterada, dúbia ou enganadora/fake news: Fenómeno que tem vindo ganhar a expressão com o aumento do uso das redes sociais. A PSP lembra que a desinformação disseminada coloca muita vezes em causa a informação pública e cria circuitos contraditórios de informação que, por vezes, poderão contribuir para retirar impacto ao esforço de prestação de informação atempada e atual ao grande público nas mais diversas áreas. "Os cidadãos devem, preferencialmente, recolher e confirmar informação junto dos repositórios dos organismos oficiais", pede-se;
- Burlas informáticas no contexto de transações eletrónicas, nomeadamente no momento do pagamento através de MBWay ou cartões de crédito: Para evitar a vitimização por intermédio de métodos como ophishing, smishing, vishing e outros esquemas de compras online, os cidadãos "deverão informar-se previamente com a entidade bancária sobre o funcionamento do método de pagamento que pretendam utilizar, nunca aceitando que pessoas que não conheçam os orientem na utilização desses meios pela primeira vez";
- Recolha ilícita de dados pessoais/Phishing: Ou seja, prática de recolha de dados, cedidos voluntariamente pelos cidadãos, que julgam estar a proceder à partilha dessa informação para fins lícitos. A posse de alguns dados pessoais (por exemplo, nome, data de nascimento, conta de correio eletrónico e respetiva senha de acesso) é o suficiente para um terceiro se fazer passar pelo titular dos dados e praticar diversos crimes. A partilha desses dados não deverá ser realizada por nenhum cidadão sem uma análise cuidada do motivo do pedido e do emissor do mesmo. Em caso de dúvida, o cidadão deverá optar por não partilhar essa informação.
- Divulgação de vídeos de cariz íntimo, como meio de chantagem, nomeadamente após o términus de relações amorosas/sexting: Esta devassa da vida privada por intermédio de meios informáticos tem sido "cada vez mais recorrente devido ao crescimento exponencial da utilização de redes sociais", diz a autoridade, dando conta que ao longo do último ano se registou um decréscimo no número de crimes desta natureza, fruto do trabalho de informação e sensibilização que temos vindo a realizar, quer por intermédio das redes sociais, quer das campanhas temáticas no contexto do policiamento de proximidade. Se em 2018 se registaram 322 crimes desta natureza, e em 2019 362, em 2020 o número caiu para 280, segundo dados da PSP.
Por fim, a PSP realça que os jovens, por vários motivos, "constituem um grupo especialmente vulnerável à vitimização por crimes concretizados por intermédio da internet, valorizando (ainda mais) a monitorização parental". E nesse âmbito, recorda que desde 2015 que assegura, em parceria com a Fundação Altice, o Programa 'Comunicar em Segurança', com o objetivo de "alertar e sensibilizar os jovens que frequentam estabelecimentos de ensino para a necessidade de uma utilização segura e responsável da internet e dos telemóveis".
No contexto desse projeto, "a PSP e a Altice disponibilizam conteúdos pedagógicos atualizados e adaptados aos vários escalões etários contendo ainda diversos conselhos para os pais/encarregados de educação e professores". Documentos esses que podem ser consultados emwww.comunicaremseguranca.sapo.pt.
A PSP relembra ainda que se encontra "permanentemente disponível" para apoiar a comunidade escolar e os pais na sensibilização das crianças e jovens para os perigos da utilização da internet, e em tornar esta ferramenta mais segura, nomeadamente através do contacto direto com as equipas da Escola Segura ou através do e-mailescolasegura@psp.pt.
De sublinhar também que, a propósito do arranque das aulas online, a PSP alertou esta segunda-feira para o possível aumentodo cyberbulling.
GNR lança operação 'Internet Mais Segura 2021'
Em parceria com a Microsoft Portugal, a GNR lança esta terça-feira a operação 'Internet Mais Segura 2021', que se materializará através de ações de sensibilização digitais que serão direcionadas para a comunidade escolar, informa esta autoridade em comunicado, no âmbito da data que hoje se assinala.
A GNR e a Microsoft Portugal associaram para disponibilizar conteúdos digitais que visam sensibilizar a comunidade escolar, de 9 a 12 de fevereiro, através das Secções de Prevenção Criminal e Policiamento Comunitário (SPC). Estas ações, detalha a autoridade, irão focar-se nas crianças, jovens, encarregados de educação e agentes educativos para questões como o cyberbullying, furto de identidade, privacidade, incorreção das fontes de informação, vírus informáticos e a dependência da internet, na qual se destacam os videojogos. Inciativa vai abranger 892 estabelecimentos de ensino, sendo previsível alcançar mais de 105.000 alunos, de acordo com contas da GNR.
A autoridade reforça alguns conselhos que podem e devem ser postos em prática no dia a dia, nomeadamente o udo de passwords fortes; não guardar os dados pessoais no navegador da Internet; não partilhe dados privados nas redes sociais e nos sites de consulta; manter o antivírus atualizado e verificar e controlar a dependência de internet junto dos familiares e amigos.