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Imunologistas admitem que não serão necessários reforços de vacinação

O novo coronavírus veio para ficar entre os humanos, mas a doença por ele causada, a covid-19, poderá ficar como uma constipação, como as provocadas por outros coronavírus, admitem imunologistas, considerando que não serão necessários reforços da vacinação.

Imunologistas admitem que não serão necessários reforços de vacinação
Notícias ao Minuto

10:18 - 07/02/21 por Lusa

País Covid-19

Segundo os imunologistas Marc Veldhoen e Henrique-Veiga Fernandes, questionados pela Lusa sobre a duração da imunidade conferida pelas vacinas contra a covid-19, que continua a ser uma incógnita porque é preciso mais tempo para aferir se houve entre a população vacinada qualquer diminuição da proteção ou aumento da incidência da doença, o coronavírus SARS-CoV-2 irá conviver naturalmente nas pessoas e infetar ocasionalmente sem provocar doença grave.

"Vai circular em equilíbrio na população humana e causar doença ligeira, uma constipação", disse Henrique Veiga-Fernandes, que lidera o laboratório de imunofisiologia no Centro Champalimaud, em Lisboa.

Henrique Veiga-Fernandes entende que, com o tempo, a resposta imunitária (desencadeada por anticorpos e células linfócitos T) ao SARS-CoV-2 será "idêntica à de outros coronavírus" humanos, que causam simples constipações, pelo que "não serão necessários reforços" da vacinação.

De acordo com Marc Veldhoen, que coordena o laboratório de regulação do sistema imunitário no Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes, também em Lisboa, à semelhança dos quatro coronavírus humanos que provocam a vulgar constipação, "é muito plausível" que o SARS-CoV-2 permaneça entre as pessoas e "infete de vez em quando", quando a imunidade "diminui apenas o suficiente para permitir a reinfeção" embora se mantenha "forte o suficiente para prevenir doença severa".

Para o imunologista holandês, "é provável que a imunidade para prevenir a reinfeção dure vários meses e a imunidade contra a doença dure vários anos". Henrique Veiga-Fernandes estima em "superior a um ano" como "cenário mais provável".

"A reinfeção vai continuar a 'aumentar' a nossa imunidade, por isso estamos protegidos da covid-19 para o resto das nossas vidas pela presença contínua do próprio vírus", sustentou Marc Veldhoen, assinalando que o SARS-CoV-2 sobreviverá na população humana para reinfetar ocasionalmente quem foi infetado ou imunizado anteriormente.

"Seremos assintomáticos ou teremos uma doença leve, febre ligeira, tosse, tipo constipação comum", advogou, adiantando que, embora o SARS-CoV-2 sofra mutações (alterações genéticas) a uma "taxa semelhante à de alguns vírus da gripe", o novo coronavírus "não recombina as suas proteínas de superfície com outros coronavírus".

Por isso, haverá novas variantes do SARS-CoV-2 mas "não diferentes o suficiente para escapar à resposta imunitária" humana ou que possam "sobrecarregar o sistema imunitário".

Nesse sentido, na opinião de Marc Veldhoen, não será necessário repetir a administração de vacinas contra o coronavírus da covid-19, ao contrário do que sucede com a vacina da gripe sazonal, que tem uma periodicidade anual porque os vírus gripais mudam constantemente, o que faz com que a imunidade dada pela vacina num ano não seja duradoura ou válida no ano seguinte.

A covid-19 é uma doença respiratória causada por um novo coronavírus (tipo de vírus) detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China, e que se disseminou rapidamente pelo mundo.

Nas manifestações mais graves, a doença pode levar à morte.

Mais de 2,2 milhões de pessoas já morreram em todo o mundo devido à pandemia da covid-19, num total de mais de 105 milhões de infetados.

Diversos países, incluindo Portugal, iniciaram em dezembro passado as suas campanhas de vacinação.

Leia Também: Expectável que vacinação confira imunidade durante pelo menos um ano

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