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"Estamos com uma elevadíssima pressão sobre todo o sistema de saúde"

Ministra da saúde sublinhou que os hospitais estão "muito próximos do limite e os portugueses têm de saber isso". Marta Temido apelou ainda, mais uma vez, para que a população cumpra o confinamento.

"Estamos com uma elevadíssima pressão sobre todo o sistema de saúde"
Notícias ao Minuto

17:11 - 17/01/21 por Mafalda Tello Silva

País Covid-19

Marta Temido, ministra da Saúde, alertou, este domingo, para a elevada pressão que se faz sentir, neste momento, em todas as unidades de saúde no país, devido ao crescimento da pandemia.

"Estamos com uma elevadíssima pressão sobre todo o sistema de saúde português e sobre o Serviço Nacional de Saúde (SNS), em concreto", afirmou a governante, em declarações aos jornalistas, após ter tido uma reunião no Hospital Garcia de Orta, em Almada,

Referindo que os dados epidemiológicos divulgados hoje não baixaram em relação à tendência que tem sido verificada durante a semana, Marta Temido sublinhou que os hospitais - incluindo do SNS, do setor social e privado e das estruturas de retaguarda - estão "muito próximos do limite e os portugueses têm de saber isso".

"Os números de hoje, sendo um domingo e, portanto, um dia em que normalmente o número de novos casos desce em relação aos apurados durante os dias de semana, mostram que isso não aconteceu. É um sinal de elevada preocupação", reiterou.

Perante este cenário, a ministra deixou novamente um apelo à população para que ajude os profissionais de saúde "nesta tarefa enorme que têm pela frente".

"O nosso sistema de saúde está numa situação de sobreesforço e, como tal, a mensagem é muito clara: não podemos deixar os profissionais de saúde sozinhos, (...) Todos estamos a fazer sacrifícios, mas temos de nos esforçar mais como comunidade para garantir que se param as cadeias de transmissão porque não há sistema de saúde que aguente (...) Por favor, fiquem em casa".

E acrescentou: "Não é só a ministra da Saúde que está aqui a falar, são todos os profissionais de saúde que estão aqui a trabalhar e que também gostariam de estar com as suas famílias, gostariam de ter tido férias, gostariam de ter tido descanso e que nos dizem que não pode haver esta diferença, entre o que uns estão a passar e o que outros estão a demonstrar".

Sobre se as medidas deviam ser mais apertadas perante o presente quadro epidemiológico, a governante considerou que a mentalidade das pessoas é que mudou em relação a março, admitindo que viu com preocupação a forma como os portugueses se comportaram no primeiro fim de semana, desde que entrou em vigor o novo confinamento geral.

"E não vale a pena dizer que são as exceções que justificam os comportamentos. O número de exceções que temos hoje é semelhante ao de março; a mentalidade das pessoas, a reação das pessoas é que é diferente", justificou.

Portugal contabilizou mais 10.385 novos casos de contágio por coronavírus e 152 mortes, nas últimas 24 horas. Com a atualização divulgada este domingo pela Direção-Geral da Saúde (DGS), o país passa a somar, desde o início da pandemia, com 549.801 infetados e 8.861 vítimas mortais.

"Sempre que temos de internar um doente por Covid-19, é outro ato de saúde que tem de ser diferido"

Marta Temido afirmou ainda que a capacidade de resposta à pressão acrescida sobre os hospitais devido à Covid-19 é em detrimento de outras patologias e, por isso, é tão importante travar o agravamento da situação.

"Sempre que temos de internar um doente por Covid-19, é outro ato de saúde que tem de ser diferido", disse quando questionada sobre o despacho publicado esta semana que prevê a suspensão "de atividade cirúrgica programada de prioridade normal ou prioritária".

Esse despacho, acrescentou, "é aquilo que podemos conquistar em termos de tempo", sem compromisso clínico para os doentes.

Em concreto sobre os doentes oncológicos, a ministra da Saúde disse que está a ser feito um esforço para resolver a situação desses doentes transferindo-os ou para hospitais do mesmo grupo de saúde privado, no caso das parcerias público-privadas, ou para hospitais do Instituto Português de Oncologia (IPO).

"Aquilo que é desejável é que consigamos trabalhar em rede, sendo que isso é difícil, mas vamos continuar a apostar nessa linha", concluiu.

Leia Também: AO MINUTO: Loures transfere doentes; Áustria alarga confinamento

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