Confinamento de um mês deverá "descer francamente o número de casos"
Henrique Barros, presidente do Conselho Nacional de Saúde, acredita que o recolhimento domiciliário decretado esta quarta-feira deverá ter reflexo significativo na redução do número diário de casos de Covid-19.
© Pedro Correia/Global Imagens
País Covid-19
Henrique Barros, presidente do Conselho Nacional de Saúde, defendeu esta quarta-feira que as medidas adotadas hoje pelo Governo e que poderão vigorar durante um mês, permitirão "descer francamente o número de casos".
Em declarações à RTP, o especialista em saúde pública defendeu que as medidas hoje anunciadas pelo Governo são um complemento às "paragens ao fim de semana" que "fizeram virar o crescimento" no número de casos que se registava até então.
Considerando que é difícil perceber qual o real impacto que o confinamento domiciliário terá, o epidemiologista do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto sublinha que a evolução da pandemia em Portugal "vai depender da forma como agirmos". Mas, "tenderia a acreditar que esse tempo de um mês nos permitirá descer francamente o número de casos".
É importante esclarecer, no entendimento de Henrique Barros, que "esta subida [dos últimos dias] está ligada a um acontecimento muito agudo, a uma situação muito particular, o facto de as pessoas se terem encontrado no Natal".
Questionado se o alívio das medidas no Natal poderá ter sido uma decisão errada por parte do Executivo, o especialista defende que "nunca podemos considerar errado deixar as pessoas viver". É, isso sim, "preciso que sejamos capazes de prever o que pode acontecer. Temos de perceber que há circunstâncias da experiência do passado que nos fazem pensar que, nesse momento, vamos ter mais problemas. E temos então de preparar as respostas, se não formos capazes de os prevenir".
Em relação ao número de óbitos por Covid-19, o presidente do Conselho Nacional de Saúde lembra que o "número extraordinariamente elevado [8.236 até à data] reflete aspetos que conhecemos, um deles foi o facto de pessoas em idades mais avançadas terem sido, nesta onda, as últimas a serem atingidas pela infeção". Isto significa que, "até certo ponto, fomos capazes de as proteger, mas não tanto quanto gostaríamos. Temos de insistir mais na proteção das pessoas idosas".
O Presidente da República decretou hoje a modificação do Estado de Emergência em vigor, a partir de quinta-feira, e a sua renovação por mais quinze dias, até 30 de janeiro, para permitir medidas de contenção da covid-19.
Portugal contabilizou, nas últimas 24 horas, mais 156 óbitos e 10.556 infetados por Covid-19. O país passou, assim, a contar com 507.108 contágios e 8.236 vítimas mortais devido ao novo coronavírus, desde o início da pandemia.
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