"Entre setembro e dezembro, o Consulado-Geral do Brasil em Lisboa procedeu a uma série de alterações das suas rotinas de trabalho e gestão, tendo entregue cerca de 16.000 documentos dentre todos os serviços prestados pela repartição", afirmou aquela entidade numa resposta a questões colocadas pela Lusa.
Com essas medidas, "ficou a zero o passivo ocasionado pela primeira onda da pandemia da Covid-19, quando o Consulado funcionou em regime de plantão permanente, entre março e maio de 2020. Além disso, foram atendidos todos os novos pedidos apresentados nesse período", adianta a nota.
Assim, no início de 2021, o Consulado-Geral considera que apresenta "um quadro bastante diferente" do que tinha em setembro último.
A título de exemplo, aponta que só no que respeita a passaportes, "são apresentados cerca de 150 pedidos por dia". Pelo que há ainda cerca de 200 requerimentos para passaporte em processo de análise pela equipa do Consulado. Porém, o mais antigo dos pedidos "é de apenas 5 dias".
Mas o consulado realça que há "constantes faltas aos agendamentos por parte dos consulentes". Como exemplo, aponta que no dia 11 de janeiro "36 consulentes não compareceram e nem cancelaram os seus agendamentos no sistema e-Consular, impedindo, assim, que outras pessoas pudessem ter aproveitado as vagas".
Assim, para alertar a comunidade brasileira para este problema, o consulado disse ter feito comunicações regulares nas redes sociais, a pedir que cancelem ou remarquem os seus agendamentos, caso não possam comparecer no dia e hora marcados.
Para o Consulado, o e-Consular um programa instalado que permite o envio de documentação para o consulado por parte dos cidadãos, tem sido uma ferramenta importante neste momento, uma vez que a presença física "é feita por agendamento".
Assim, de acordo com o Consulado-Geral de Lisboa, desde setembro, "não se verificam filas ou atrasos nos atendimentos, e o Consulado tem conseguido prestar os serviços à comunidade mesmo num contexto de pandemia".
Entretanto, os pedidos para casamento no consulado foram suspensos, confirmou o gabinete de comunicação do Consulado, também porque os funcionários têm de ser canalizados para outras áreas, admitiu a responsável do gabinete de comunicação.
A 25 de outubro, numa entrevista à Lusa o novo cônsul-geral do Brasil em Lisboa admitiu que algumas queixas da comunidade brasileira em relação ao consulado "são verdadeiras".
"Algumas das queixas, tenho de admitir que são verdadeiras. O que um membro da comunidade brasileira deseja é uma prestação de serviço que seja ágil, que possa atender às expectativas, aos prazos", reconheceu na altura, o diplomata Wladimir Valler Filho.