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Especialista responde a Marcelo: "Espero aumento de contágios nas festas"

Marcelo Rebelo de Sousa colocou questões aos especialistas presentes na reunião do Infarmed, após terem sido feitas as apresentações.

Especialista responde a Marcelo: "Espero aumento de contágios nas festas"
Notícias ao Minuto

13:07 - 03/12/20 por Notícias Ao Minuto

País Covid-19

Marcelo Rebelo de Sousa colocou questões aos especialistas presentes na reunião do Infarmed, após terem sido feitas as apresentações. A primeira questão foi: "Como é que veem o mês de dezembro em relação ao início de 2021", sendo que apesar da evolução com sinais positivos há uma necessidade de consolidação.

A segunda dúvida foi, "no quadro das medidas a adotarcomo vêem a questão da deslocação das pessoas", a terceira dúvida "sobre a imunidade da população portuguesa" e quanto às vacinas "pergunto se não pode acontecer o que aconteceu, com a vacinação contra a gripe, em que havia uma tradição de reticência e acabou num protesto generalizado pela insuficiência no número de vacinas".

Manuel Carmo foi o primeiro a responder e destacou as perguntas "importantes e difíceis" de Marcelo. "Estou otimista relativamente ao final do ano, tentei mostrar que está ao nosso alcance uma redução do número de casos", apontou, defendendo que "quando chegarmos ao Natal vai haver agregados que se vão encontrar e, inevitavelmente, espero que haja um aumento do número de contágios na altura das festas, entre o 23 e o final do ano". 

Isso terá reflexo passados 15 dias e poderá haver um "recrudescimento no início de janeiro". "Quando chegarmos ao fim de março, teremos uma quantidade de pessoas imunizadas pela vacinação suficientemente grande para evitar já grandes aumentos que nos surpreendam da incidência", afirmou ainda Manuel Carmo Gomes.

'Bolha de Natal' para reduzir ao máximo o número de contactos

Em seguida, tomou a palavra Baltazar Nunes, para referir que "um dos factores que mais promove a transmissão é a presença de indíviduos infecciosos na população". A primeira mensagem foi "tentar reduzir mais ainda a incidência até ao período" de Natal e Ano Novo. O especialista deu o exemplo do Reino Unido, que está a tentar criar uma 'bolha de Natal', ou seja, "a família que se vai reencontrar tentar reduzir ao máximo o número de contactos que têm com outros grupos no período de 14 dias antes", com o mesmo a dever acontecer na quinzena seguinte ao Natal. 

"Impor medidas de restrição de mobilidade entre concelhos durante esse período de tempo poderá ter problemas ao nível da sua adoção, se a população está ou não disponível para tal, mas algumas das pistas possíveis serão neste sentido: tentar ao máximo reduzir a incidência até esse período, reduzir os contactos antes e após", frisou Baltazar Nunes, do Instituto Ricardo Jorge.

Em seguida, Óscar Felgueiras advogou que "para se tentar evitar uma terceira onda antes de termos uma vacina já a produzir efeitos" é "importante monitorizar-se possíveis focos locais". "Parece-me que as medidas atuais fazem sentido - em se ter patamares de risco relativamente baixos, que são tidos como objetivo a atingir", destacou, acrescentando que "faz sentido aguardar que as incidências baixem". 

Por fim, Carla Nunes reiterou que "Portugal tem uma adesão muito elevada à vacinação em todas as vacinas", o que leva os especialistas a crer que a "Covid tem um impacto tão maior na vida das pessoas que penso que não será problema nenhum [os portugueses quererem vacinar-se]".

De recordar que especialistas, dirigentes dos partidos políticos e parceiros sociais estão esta quinta-feira reunidos para analisar a situação epidemiológica da Covid-19, em vésperas de nova renovação do Estado de Emergência e da decisão sobre as medidas para o Natal e Ano Novo.

Portugal está em Estado de Emergência desde 9 de novembro e até 8 de dezembro, período durante o qual há recolher obrigatório nos concelhos de risco de contágio mais elevado do novo coronavírus, que provoca a doença da Covid-19.

Até ao final da semana, o Presidente da República deverá decretar a renovação deste estado de exceção, o que só pode acontecer depois de um parecer favorável do Governo e da aprovação pelo Parlamento, que deverá acontecer na sexta-feira à tarde, estando o debate marcado para essa tarde.

Acompanhe a reunião: 

[Última atualização às 13h34]

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