Miguel Guimarães, bastonário da Ordem dos Médicos, defendeu, esta terça-feira, que Portugal deve estar "bem posicionado" para ter acesso à vacina desenvolvida pela farmacêutica norte-americana Pfizer e outras que surgirão no mercado.

"É bom que Portugal esteja bem posicionado para poder ter acesso a esta e outras vacinas que possam aparecer no mercado", afirmou o responsável, em declarações à RTP, esta manhã.

Contudo, apesar de esperar que a vacina esteja pronta para ser distribuída brevemente, o bastonário disse não acreditar que esteja disponível já no próximo mês de dezembro. "Os resultados que foram apresentados pela Pfizer são preliminares", advertiu, recordando que ainda falta realizar uma parte da avaliação desta vacina, "que confirme que realmente os resultados são estes".

"É uma boa notícia se forem estes 90% [de eficácia anunciados ontem pela Pfizer]. Mas, não quer dizer que não possam aparecer outras vacinas, eventualmente, melhores porque há, neste momento, uma grande investigação nesta área", denotou.

Sobre o plano que está a ser desenhado pelo Executivo para a vacinação contra a Covid-19 anunciado ontem pelo primeiro-ministro, Miguel Guimarães garantiu ainda não ter conhecimento do que está a ser pensado, mas sublinhou que o mais importante é que o Governo "prepare o país para que possamos armazenar uma grande dose de vacinas" e que "a forma como a vacina vai ser distribuída esteja claramente definida, para não haver confusões".

"Penso que o primeiro-ministro afirmou ontem publicamente que este processo vai correr bem de certeza e eu espero que esse processo não corra da mesma forma que correu a vacina da gripe sazonal", atirou ainda o bastonário, sem mais comentários.

A vacina que está a ser desenvolvida pela Pfizer e pela sua parceira alemã BioNTech está entre 10 possíveis vacinas candidatas em fase final de testes em todo o mundo - quatro delas até agora em grandes estudos nos Estados Unidos. Outra farmacêutica americana, a Moderna, também já disse que espera poder entrar com um pedido na Food and Drug Administration (FDA), o regulador dos medicamentos nos Estados Unidos, ainda este mês.

Note-se que a Food and Drug Administration - entidade reguladora do medicamento - estabelece três condições para aprovar uma vacina: eficácia, segurança, e se a empresa é capaz de a produzir em grande escala. A Pfizer julga que as três condições estarão reunidas até à terceira semana de novembro.

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