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Rádio de Santiago do Cacém deixa trabalhadores sem salário

Os cinco funcionários da Antena Miróbriga, rádio local com sede em Santiago do Cacém, estão com salários em atraso devido às dificuldades financeiras da empresa, que levaram já à mobilização da população para tentar salvar a emissora.

Rádio de Santiago do Cacém deixa trabalhadores sem salário

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Lusa
23/10/2012 13:39 ‧ há 12 anos por Lusa

País

Crise

Os trabalhadores ainda não receberam o salário de Setembro, estando também em falta parte do salário de Julho e o subsídio de férias, adiantou hoje à agência Lusa Helga Nobre, jornalista da Antena Miróbriga há 15 anos.

A jornalista receia que a situação se mantenha, uma vez que as receitas da emissora que garantiam o pagamento dos salários, provenientes do contrato de prestação de serviços celebrado com a Câmara Municipal de Santiago do Cacém, foram "penhoradas pelas Finanças".

Segundo Helga Nobre, por falta de dinheiro, os trabalhadores estão "só a garantir os serviços mínimos" da emissora, não fazendo a cobertura jornalística de eventos na região.

A jornalista da Antena Miróbriga afirmou que as dificuldades financeiras da empresa, reveladas recentemente, apanharam os funcionários de "surpresa" e lamentou a "má gestão", que poderá levar ao encerramento da rádio, a funcionar há mais de 25 anos.

De acordo com Sérgio Valadares, membro da cooperativa que gere a emissora e antigo director de informação e programação, a "situação difícil da rádio" foi comunicada aos cooperantes em maio.

Cerca de três meses depois "nada tinha sido feito" e, numa assembleia geral, foi aprovada a venda do alvará e do imóvel da emissora, o que pressupunha o encerramento da rádio e a instalação de um retransmissor do Grupo Rádio Salesiana, explicou à Lusa Sérgio Valadares.

Tal decisão levou um grupo de 78 pessoas a subscrever um manifesto contra a extinção da Antena Miróbriga, o que fez a direcção da rádio recuar na intenção de venda.

Sérgio Valadares acredita que é possível salvar a Antena Miróbriga, salientando que tal "ficou patente" na sexta-feira passada, numa reunião aberta à população, onde foram discutidas propostas para angariar "receitas no imediato" e apresentado "um projecto ambicioso" para "efectuar uma rádio totalmente nova".

O presidente da Câmara de Santiago do Cacém, Vítor Proença, afirmou à Lusa que "o município está disponível para, com os órgãos" da emissora, contactar empresas e associações da região no sentido de propor parcerias "mutuamente vantajosas".

O autarca confirmou a "situação preocupante" da rádio, realçando dívidas "de curto prazo", às Finanças, à Segurança Social e à banca, de mais de 70 mil euros.

Contudo, Vítor Proença está convencido de que "é possível dar a volta", defendendo que a rádio "faz muita falta, do ponto de vista da identidade local, da protecção civil, da emergência" e também como elemento "aglutinador" numa "área de baixa densidade" e com "população dispersa".

A Lusa contactou o director da Antena Miróbriga, Ferrer de Carvalho, que não quis prestar esclarecimentos sobre a situação da emissora.

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