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Ex-diretor da PJ Militar diz que vai assumir "toda a verdade" em tribunal

Julgamento do caso do roubo das armas em Tancos, assim como a encenação que se seguiu, começou esta segunda-feira, dia 2 de novembro.

Ex-diretor da PJ Militar diz que vai assumir "toda a verdade" em tribunal
Notícias ao Minuto

18:23 - 02/11/20 por Notícias Ao Minuto

País Tancos

À saída do tribunal de Santarém naquele que foi o primeiro dia do julgamento do roubo das armas de Tancos, o coronel Luís Vieira disse aos jornalistas que vai assumir toda a verdade quando for chamado a depor. 

Questionado sobre se a noção que tem da acusação é que se trata de uma construção da Polícia Judiciária, o ex-diretor da Polícia Judiciária Militar (PJM) lembrou o "quadro jurídico da PJM" e o despacho do dia 7 de julho de 2017" que retirou  competências a esta autoridade. 

Luís Vieira disse que espera que a Assembleia da República, que tem, constitucionalmente, incumbência de fiscalizar o cumprimento da legalidade do Ministério Público, o faça. "Quero saber como é que a Assembleia da República vai resolver esse problema", atirou, sem prestar quaisquer outras declarações. 

Manuel Ferrador, advogado de Luís Vieira, sublinhou que espera que a verdade material seja descoberta. "É aquilo que nos interessa. E hoje já começámos a ver aqui algumas dificuldades em relação à descoberta da verdade material", apontou, referindo que aconteceram coisas nos interrogatórios da PJ que "hoje [nos deixaram] um pouco abismados". Depois, prosseguiu, "queremos que sejam assumidas as responsabilidades". Isto é, "os arguidos que sejam culpados que sejam condenados e os que forem inocentados que sejam absolvidos".  

O advogado abordou a questão sobre "o conflito" entre a PJ e a PJM no que toca à investigação: "Os militares da GNR e da PJM atuaram no estrito cumprimento da lei, a lei permitia-lhes que investigassem (...). Recuperaram o material e entregaram-no ao legítimo proprietário - o Exército. Não são nenhuns criminosos, não fazem parte de nenhuma associação criminosa e não traficaram armas. Honraram e praticaram os seus deveres". 

O processo envolve 23 acusados, entre os quais o ex-diretor da Polícia Judiciária Militar (PJM) Luís Vieira, o ex-porta-voz desta instituição militar Vasco Brazão e elementos da GNR de Loulé.

Em causa está um conjunto de crimes que vão desde terrorismo, associação criminosa, denegação de justiça e prevaricação até falsificação de documentos, tráfico de influência, abuso de poder, recetação e detenção de arma proibida.

Nove arguidos vão responder por associação criminosa, tráfico e mediação de armas e terrorismo, entre os quais o mentor do furto João Paulino, segundo o Ministério Público, e os restantes 14, entre os quais Azeredo Lopes e dois elementos da PJM, da encenação que esteve na base da recuperação do equipamento, em outubro de 2017 na Chamusca.

O caso do furto do armamento de guerra dos paióis de Tancos foi divulgado pelo Exército em 29 de junho de 2017 com a indicação de que ocorrera no dia anterior, tendo a alegada recuperação do material de guerra furtado ocorrido na região da Chamusca, Santarém, em outubro de 2017, numa operação que envolveu a PJM, em colaboração com elementos da GNR de Loulé, que são agora arguidos

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