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Militares pedem reunião a Costa e esperam "conforto" de Marcelo
As associações profissionais de militares pediram uma audiência ao primeiro-ministro para expor as críticas ao "dececionante" Orçamento do Estado de 2021 (OE2021) para a Defesa Nacional e esperavam uma "palavra de conforto" do Presidente da República.
© iStock
País OE2021
"Se formos recebidos, como esperamos, iremos tratar destes assuntos" do orçamento para o próximo ano, afirmou, numa conferência de imprensa por vídeo, Paulo Amaral, presidente da Associação de Praças (AP), uma das três que integram, com as Associações Nacional de Sargentos (ANS) e de Oficiais das Forças Armadas (AOFA), a plataforma de associações profissionais militares.
Pelas contas das associações, este orçamento "apresenta menos 72,8 milhões de despesas correntes, menos 570 mil euros em subsídios e apenas mais um milhão de euros para despesas com pessoal, onde se incluem as novas admissões, promoções e progressões", disse.
Com esta política, que Paulo Amaral comparou a uma "versão macabra e saudosista de Aguiar Branco" (ministro da Defesa do Governo PSD/CDS), vão, em 2021, continuar "por resolver os problemas com o recrutamento e a retenção dos militares nas fileiras, com as promoções e as progressões" e a "degradação das condições de trabalho" dos militares portugueses.
Um dos problemas das Forças Armadas portuguesas é a perda de efetivos nos últimos anos, devido, por exemplo, aos baixos vencimentos.
Paulo Amaral criticou ainda que o Governo faça elogios aos militares, como se eles "vivessem de elogios e de falsas promessas, que mais satisfazem quem as faz do que quem serve Portugal".
Do Presidente da República, que é também comandante supremo das Forças Armadas, as associações militares esperavam ouvir, nesta fase, "uma palavra de confronto".
"Estamos sempre à espera que os nossos chefes nos deem algum conforto e algum apoio. E do Presidente da República, sendo o chefe supremo das Forças Armadas, também estaríamos à espera de uma palavra de apoio, de palavra de conforto para a questão da Defesa no que diz respeito a este vazio no Orçamento do Estado", disse.
A votação, na generalidade, do Orçamento do Estado de 2021 está agendada para quarta-feira no parlamento e a votação final global acontece em 26 de novembro.
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